Título: Lucro do HSBC cresce 173% em 2004
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2005, Economia, p. B5

Resultado do banco passa de R$ 192,68 milhões para R$ 526,52 milhões e é o maior de sua história no País A lista de lucros recordes dos bancos em 2004 foi engrossada ontem pelos resultados do HSBC. O ganho da instituição cresceu 173,26%, de R$ 192,68 milhões para R$ 526,52 milhões, o maior da história do banco no País. Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido subiu de 10,15% para 23,03%. "Se havia alguma dúvida em relação aos planos do HSBC no Brasil, isso acabou. O País está no topo das prioridades do banco entre os países emergentes", afirma o presidente-executivo da instituição, Emilson Alonso.

Segundo ele, o resultado em 2004 faz parte de um plano estratégico do banco, que prevê dobrar os ativos e triplicar os lucros até 2008 no Brasil. "A previsão para este ano continua bastante otimista. Nesses primeiros meses, estamos crescendo no mesmo ritmo de 2004", destaca Alonso.

O executivo afirma que o lucro recorde do ano passado pode ser explicado, especialmente, pelos ganhos de tesouraria e das operações de crédito. A carteira de títulos e valores mobiliários, por exemplo, saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 8,4 bilhões - crescimento de 147%. Já as receitas dessas transações avançaram 61,18%, de R$ 872,89 milhões para R$ 1,4 bilhão.

Segundo Alonso, o desempenho reflete o aumento de 52% nos depósitos totais, já que parte dos recursos deve ser aplicado em títulos do governo. Além disso, com a retomada da alta dos juros, a instituição decidiu elevar a posição em papéis públicos. "É um bom negócio para o banco."

O crescimento de 27% da carteira de crédito também teve importante contribuição no lucro do HSBC, saltando de R$ 12,8 bilhões para R$ 16,3 bilhões. Desse total, 50% está voltado para a pessoa física e financiamento do consumo, 25% para pequenas e médias empresas e 25% para grandes companhias.

No segmento de pessoa física, o volume de crédito subiu 17% e atingiu R$ 5,94 bilhões. No de pequenas e médias empresas, o aumento foi de 56%, para R$ 3,83 bilhões. O portfólio voltado para grandes empresas, no entanto, manteve-se estável, com alta de apenas 0,5%, para R$ 3,24 bilhões.

Com isso, as receitas totais de crédito somaram R$ 4,79 bilhões, representando aumento de 51,18%. "No ano passado, a economia cresceu e a demanda por empréstimos acompanhou o ritmo". observa Alonso.

A melhora do cenário econômico, redução do desemprego e recuperação da renda também influenciou de forma positiva os índices de inadimplência do banco, que caíram de 8,59% para 7,47%.

Alonso estima que a demanda por crédito vai continuar forte em 2005, puxada pelo varejo e pelas pequenas e médias empresas. Ele prevê que a carteira cresça até 20% neste ano, baseada numa expectativa de evolução de até 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

O executivo adiantou também que o HSBC deve fechar na semana que vem um acordo de 25 meses e R$ 1,5 bilhão por mês com o Banco Matone para empréstimo consignado a aposentados.