Título: Argentina paga parcela ao FMI
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2005, Economia, p. B7

Pagamento de US$ 292,4 milhões foi sinal de boa vontade BUENOS AIRES - O governo Kirchner pagou ontem US$ 292,4 milhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O pagamento poderia ser adiado por um ano, mas Kirchner preferiu dar um sinal de boa vontade ao organismo financeiro, pagando no dia do vencimento. A Argentina tenta reatar as relações com o FMI, "congeladas" desde agosto. Ao longo de 2005, o país precisará pagar US$ 5,2 bilhões ao FMI, de uma dívida total de US$ 13,44 bilhões. Ontem, voltando de Washington, onde se reuniu com o diretor-gerente do FMI, Rodrigo de Rato, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, disse apenas que as relações com o organismo "estão reatadas". Lavagna viajou aos EUA no fim de semana, para comunicar o encerramento da operação de reestruturação da dívida pública com os credores privados. O ministro anunciou, na semana passada, a adesão de 76,07% dos credores para a troca de títulos velhos, em default, pelos bônus novos, reestruturados. Com isso, o governo Kirchner considerou encerrado o calote da dívida - iniciado em dezembro de 2001.

Mas Rato não se mostrou impressionado com a reestruturação da dívida e teria insistido nas exigências de mais superávit fiscal e em medidas para conter a inflação. A frieza do organismo tem motivos: o FMI e os países do Grupo dos Sete pressionam o governo argentino para reabrir a operação de troca, para os credores que não aceitaram a proposta - calcula-se que a dívida dos credores que não participaram da operação seja de US$ 19,2 bilhões.