Título: China ocupa posição de destaque na expansão
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2005, Economia, p. B15

A China foi a palavra-chave para a Vale conquistar o primeiro lugar entre as empresas privadas latino-americanas e se aproximar do segundo posto no ranking mundial das mineradoras. O país importou US$ 1,115 bilhão em minério de ferro do Brasil no ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Ontem, o diretor financeiro da empresa, Fábio Barbosa, indicou que o mercado chinês continuará a reger boa parte da expansão da produção e dos investimentos. Para ele, o crescimento econômico chinês não pode ser considerado uma "bolha", mas sim um fenômeno "secular" e "estrutural". "Trata-se de uma economia que vem crescendo nos últimos 30 anos e que, mesmo com taxas de expansão da atividade menores que as atuais, será a maior do mundo em duas ou três décadas", disse. A China foi responsável por 35% do mercado mundial de minério em 2004, com a importação de 208 milhões de toneladas. Com isso, a sua produção de aço aumentou em 11,3%, para 272 milhões de toneladas, na comparação com o ano anterior. Para 2005, Barbosa estima que o mercado mundial do minério deverá aumentar de 600 milhões para cerca de 640 milhões de toneladas e que a China responderá por 80% dessa diferença.

Na opinião de Barbosa, o governo brasileiro foi cuidadoso ao negociar um acordo com a China, em novembro passado, que prevê investimentos recíprocos, parcerias empresariais e cooperação em diferentes áreas. Em especial, porque concordou em reconhecer a China como economia de mercado, mas deixou em aberto a aplicação desse acordo.