Título: Com ajuda de bens de consumo, indústria cresce 7,7% em SP
Autor: Nilson Brandão Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2005, Economia, p. B5

Resultado positivo é o 15.º seguido, na comparação com mesmo mês do ano anterior RIO - A produção industrial cresceu 7,7% em São Paulo em janeiro em relação ao mesmo mês de 2004, acima da média nacional de 6%. Esse foi o 15.º mês consecutivo de crescimento da indústria paulista. No mês, a produção cresceu em 13 das 14 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no País. O avanço da produção de bens semi e não-duráveis, verificado desde dezembro, se reflete no crescimento da indústria paulista, diz a economista do IBGE Isabela Nunes Pereira.

Os exemplos de crescimento desses setores no Estado são vestuário 25,7%, farmacêutico 37%, edição e impressão, 29%, e perfumaria, 13,8%. Esses segmentos respondem ao crescimento da renda e são mais voltados para o mercado interno.

Isabela diz que os setores voltados para exportação e de bens duráveis continuam colaborando para o crescimento industrial, mas assinala que "está ocorrendo um padrão mais generalizado de crescimento pelos setores". Em São Paulo, 16 dos 20 setores apresentaram contribuição positiva para o crescimento da produção em janeiro. No caso de máquinas e equipamentos, a alta foi de 18%.

Já os segmentos de máquinas para escritório e equipamentos de informática e de têxteis registraram queda ante o mesmo mês do ano anterior, de 28,8% e de 5,5%, respectivamente. No acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro, a indústria paulista cresceu 11,8%, acima também da média nacional de 8,5% .

Na avaliação de Isabela, o setor de semi e não-d uráveis é mais espalhado pelo País e o aumento da sua contribuição para o crescimento da produção também é sentido em outras áreas. Na Região Nordeste, por exemplo, o crescimento foi de 12,5%, o dobro da média nacional.

Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o aumento no Nordeste, que tem peso relativamente baixo na indústria, está ligado a esse novo padrão."Acho que mudou o eixo do crescimento, que agora beneficia também outras regiões do ponto de vista industrial, que têm menor peso relativo dos bens de capital e duráveis e maior peso dos semi e não-duráveis", comenta o diretor-executivo do Iedi, Júlio Sérgio Gomes de Almeida.

Em janeiro, a produção também cresceu acima da média brasileira em Santa Catarina (11,5%), Paraná (10,9%), Pará (10,9%), Ceará (10,1%), Minas Gerais (8,4%), Espírito Santo (também 8,4%) e Bahia (7,5%), além de São Paulo. No Rio e em Goiás, a expansão foi de 3,4% e 1,9%, respectivamente.

Na indústria do Rio Grande do Sul houve queda de 1,1%.