Título: Mercado doméstico terá mais 9 companhias aéreas
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2005, Economia, p. B9

Duas delas começam a operar nos próximos 60 dias: a Webjet, que terá como base de operações o aeroporto do Galeão, no Rio, e a AirMinas, sediada em Belo Horizonte RIO - Nos próximos 60 dias, duas novas companhias aéreas vão estrear no mercado doméstico de vôos regulares. WebJet e AirMinas fazem parte de um pacote de nove empresas que serão criadas a partir deste ano e que agregarão, no mínimo, 18 aeronaves ao setor. Isso está sendo possível porque o Departamento de Aviação Civil está tornando mais flexíveis suas normas, após um período de regulação da oferta, determinada em 2003, pela Portaria 243, do Comando da Aeronáutica. Ela limitava novos competidores, oferta de vôos e importação de aeonaves. A WebJet nascerá com investimento de US$ 10 milhões. Terá como base de operações o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), no Rio. Nos próximos 10 dias, chega o seu primeiro avião, um Boeing 737-300 configurado para 148 passageiros. A novata planeja oferecer oito freqüências diárias, ligando o Rio a São Paulo, a Brasília e a Porto Alegre.

"Não somos uma companhia com o objetivo de ter a hegemonia do mercado. Nascemos a menor e vamos continuar a mesma coisa, com 1% ou 2% do mercado", diz Rogerio Ottoni, diretor-presidente da WebJet. A empresa já contratou 100 funcionários, mas o objetivo é ter 180, ou 90 empregados por aeronave, já que brevemente o segundo avião estará chegando.

Especialista em concorrência e regulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Lúcia Helena Salgado sempre defendeu a entrada de mais competidores. Ela comemora a postura do governo, que, por intermédio do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu a chegada de novas companhias no setor. "Estava esperando por isso há algum tempo. Tenho a convicção de que há espaço para essas companhias", considera a economista e professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

A AirMinas, que tem como sócio o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, já comprou um avião Brasília, fabricado pela Embraer, com capacidade para 30 passageiros. A empresa está negociando outro modelo igual para poder ligar Belo Horizonte a destinos como Patos de Minas, Poços de Caldas e Juiz de Fora, entre outros. Segundo o diretor-geral da empresa, Romeu Prata, o primeiro vôo será realizado em 60 dias. "As grandes empresas deixaram uma lacuna porque operavam com baixa rentabilidade. Cobravam tarifas altas com aviões não adequados", diz.

A empresa de vôos fretados BRA está em fase de homologação para poder operar, também, vôos regulares. O presidente da companhia, Humberto Folegatti, conta que a mudança deverá ocorrer até o fim do primeiro semestre. Nesse mesmo período, o executivo acredita que receberá do DAC a autorização para entrar na ponte aérea Rio-São Paulo. Os planos são agressivos: o bilhete deverá custar entre R$ 129 e R$ 169. A BRA almeja, ainda, expandir vôos fretados ao exterior, para destinos como Holanda.