Título: Remédio fracionado: venda pode ser obrigatória
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2005, Vida&, p. A20

BRASÍLIA-A venda fracionada de medicamentos pode vir a ser obrigatória, caso a adesão de indústria farmacêutica e farmácias ao programa seja baixa, afirmou o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Melo. "Vamos ficar atentos. Se não houver empenho das empresas nos próximos meses, o cadastramento deixará de ser opcional." Em duas semanas, a Anvisa deve publicar as regras para a venda de medicamentos por unidade. Ontem, os últimos detalhes da resolução sobre o tema foram debatidos numa audiência pública. Farmácias interessadas na venda terão de requisitar autorização à Anvisa. Os primeiros pontos-de-venda, porém, deverão demorar um pouco mais. "Vamos fazer tudo com cuidado, assim como ocorreu com a venda de genéricos. Mas acreditamos que num prazo de seis meses já haverá um número significativo de medicamentos vendidos de forma fracionada em vários pontos do País", avaliou. Além da resolução, a Anvisa deverá publicar um manual, com informações numa linguagem mais acessível, para orientar fabricantes e farmácias sobre como se adaptar à venda fracionada.

Ontem, foi decidido que medicamentos em sachês também poderão ser vendidos por unidade. "Foram poucas as alterações na audiência. Chegamos a um acordo", afirmou Melo. Prevista por um decreto presidencial, a venda de medicamentos por unidade provocou polêmica entre fabricantes, pontos-de-venda e conquistou o apoio de consumidores.

Com a venda por unidade, é esperado o fim da compra de remédios desnecessários. O farmacêutico fornecerá ao consumidor só a quantidade de remédios prevista na receita médica. O fracionamento terá de ser realizado num local apropriado. Remédios de venda controlada, como calmantes, não poderão ser fracionados.