Título: Obra na Régis causa 15 km de lentidão
Autor: José Maria Tomazela
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2005, Metrópole, p. C10

Motoristas levaram duas horas e meia a mais para cumprir o mesmo percurso; conserto de ponte na altura do km 366 vai levar 180 dias SOROCABA - Os motoristas enfrentaram, ontem, pelo menos 15 quilômetros de congestionamento e uma demora adicional de até duas horas e meia para passar pela ponte sobre o Rio São Lourencinho, no km 366 da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Miracatu. Foi só o primeiro dia de um problema que vai se arrastar por 180 dias, tempo que vai durar a obra na ponte, que tem a estrutura abalada. O esquema de tráfego, em que a ponte fica aberta cerca de meia hora em cada sentido e a passagem de caminhões acima de 45 toneladas está proibida, começou a funcionar às 8h30, e mobilizou até um helicóptero da Divisão de Operações Aéreas.

A rodovia, que liga São Paulo a Curitiba, vai ficar parcialmente interditada nesse local durante 180 dias. É o prazo estimado pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) para a conclusão das obras de reforço da estrutura, ameaçada de desabamento. A estrada, nesse ponto, tem pista simples. A velocidade máxima sobre a ponte é de 30 quilômetros por hora.

Ao meio-dia, a fila de carros era de 8 km para quem seguia de São Paulo para o Paraná. No sentido inverso, chegava a 5 km, porque a fila atingia a pista num trecho duplicado. Uma hora depois, o congestionamento tinha se ampliado para 10 km no sentido do Paraná e para 6 km no outro lado.

O motorista Cristiano Garcia, que dirigia um ônibus de turismo de São Paulo para Florianópolis, perdeu uma hora e meia na fila. Ele teve sorte, porque policiais rodoviários permitiram que passasse à frente de vários caminhões. Mesmo assim, teve de parar em um posto, no km 385, em Miracatu, porque alguns passageiros passaram mal em razão do calor.

Para reduzir a espera, a Polícia Rodoviária Federal e o Dnit passaram a permitir, ainda de manhã, que mais de um caminhão entrasse a ponte ao mesmo tempo, em fila indiana. O plano inicial era só um veículo de carga por vez.

As carretas com mais de 45 toneladas, estão sendo retidas nas balanças ao longo da rodovia. Segundo a PRF, ontem houve uma redução "significativa" no trânsito de automóveis pela Régis. O tráfego predominante era de caminhões. "Os frotistas e transportadores preferem esperar aqui a rodar mais e pagar pedágio em outras estradas", disse um policial.

Às 17 horas, a fila no sentido de Curitiba tinha se reduzido para 8 km e, em direção a São Paulo, para 4 km. A PRF, reforçada com pessoal do Núcleo de Operações Especiais de Minas e Rio, preparava um esquema de policiamento noturno para evitar assaltos a caminhoneiros, com policiais em veículos descaracterizados.

GUINDASTES

O Dnit do Paraná começou a remover, ontem, uma laje de concreto da ponte sobre a Represa Capivari-Cachoeira, no km 42,6 da Régis, em Campina Grande do Sul (PR), que desabou no dia 25 de janeiro. A retirada está sendo feita por dois guindastes. O objetivo é evitar que a laje, submersa, possa se movimentar com a correnteza e atingir os pilares. Depois, a estrutura será demolida. O Dnit espera concluir em 150 dias a recuperação dessa ponte.