Título: PSDB e PFL cantam vitória na Assembléia
Autor: Elizabeth Lopes e Simone Harnik
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2005, Nacional, p. A6

Na disputa pelo Legislativo em SP, Aparecido e Garcia dizem ter maioria dos votos Depois de um dia intenso de negociações, o candidato do governador Geraldo Alckmin à presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Edson Aparecido (PSDB), diz contabilizar 48 votos confirmados - número necessário para a eleição em primeiro turno. Segundo assessores, o PV, que apoiava a candidatura dissidente do deputado Rodrigo Garcia (PFL), teve "uma conversa muito boa" com os tucanos e iniciou uma aproximação. No entanto, o líder verde na Assembléia foi visto em Atibaia (SP) junto com outros aliados do pefelista.

Para o vice governador do Estado e presidente do PFL estadual, Cláudio Lembo, o retorno de Alckmin a São Paulo, depois de viagem aos Estados Unidos, deu novo fôlego à candidatura de Aparecido. "A chegada do governador foi muito importante porque ele é um grande negociador. E eu espero que o Edson Aparecido vença este pleito e que a bancada do PFL na Assembléia reconheça que não podemos quebrar a aliança que firmamos no Estado. Palavra é palavra", pontuou.

Lembo disse ter conversado com Rodrigo Garcia a respeito da aliança que o PSDB e o PFL têm no Estado. O rebelde, no entanto, garantiu que não vai desistir da disputa. "Minha candidatura está de vento em popa", contou confiante. O deputado assegura a viabilidade de seu nome afirmando que detém a preferência de 55 dos 94 deputados da Casa.

Segundo assessores com mais de 10 anos de Assembléia, a Casa passa por um momento inédito. A presidência da Mesa Diretora nunca foi palco de disputa tão acirrada. Talvez por isso é que o clima de provocações tomou os corredores do Palácio 9 de Julho.

O deputado Campos Machado (PTB), um dos soldados de Edson Aparecido na busca de votos, ao cruzar com um adversário político, deputado José Zico (PT), disparou: "Hoje, vocês estão sorrindo, mas amanhã vão chorar. A deusa da traição não vai estar de plantão."

E a troca de farpas não parou por aí. O tucano Milton Flávio chegou a chamar o pefelista de "Judas", durante o discurso no plenário. "O Rodrigo havia se colocado como parceiro de Alckmin. Agora, perdeu o respeito do governador e inviabilizou sua candidatura, pois não servirá mais como um bom interlocutor", afirmou.

ARTICULAÇÃO

A disputa do Legislativo Paulista já começou a respingar nas lideranças dos partidos. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse ter sido procurado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), pelo senador Arthur Virgílio (AM) e pelo deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP). Mas garante que não intercedeu no diretório estadual pefelista.

Bornhausen afirma ainda que o resultado das eleições não deve influenciar a disputa eleitoral de 2006 e ele não descarta a possibilidade de seu partido voltar a repetir as alianças com os tucanos.