Título: Ministro lota avião com remédios
Autor: Karine Rodrigues e Rodrigo Morais
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2005, Nacional, p. A8

Aeronave da FAB levou para o Rio 16 toneladas de suprimentos RIO - Às vésperas de sua anunciada demissão do Ministério da Saúde, Humberto Costa comandou ontem o desembarque de 16 toneladas de medicamentos para o sistema de saúde do Rio, assumido há quatro dias pelo governo federal. O ministro disse que os recursos empregados pela União para normalizar o atendimento de saúde devem ser superiores ao total proposto na frustrada negociação entre o ministério e o município. "Os recursos que a prefeitura tinha e que nós nos comprometemos a repassar seriam mais do que suficientes para garantir um atendimento de qualidade no Rio", afirmou o ministro, sem detalhar os valores, minutos antes da chegada à Base Aérea do Galeão do avião da Força Aérea Brasileira que trouxe os medicamentos.

Os remédios, que vão compor o estoque estratégico do ministério na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), serão distribuídos diariamente às unidades de saúde, conforme a demanda de cada hospital. Os medicamentos serão utilizados em atendimentos nos setores de urgência e emergência.

São remédios para dor, desidratação, antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, para gastrite, asma, úlcera e o tratamento de queimados, estes últimos usados no Andaraí e no Souza Aguiar, que são referência no setor.

No balanço que fez ontem, Costa destacou a reabertura da emergência, dos setores de pronto-atendimento e ambulatório do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, providenciada na noite de sexta-feira. "Há quatro dias, havia 39 pessoas internadas. Abrimos 28 leitos e hoje temos 67 pacientes. Além disso, consertamos elevadores e aparelhos de ar-condicionado. E levamos dois raios X, um respirador, um desfibrilador e medicamentos."

No Andaraí, a emergência foi reaberta no sábado. O ar-condicionado que, segundo o ministro, era o maior entrave para a retomada das cirurgias, foi consertado. "Houve reposição de mais de 100 lâmpadas, fechaduras e equipamentos", relatou. Nas unidades da Lagoa e de Ipanema também houve reposição de remédios e equipamentos, além da reativação de 35 leitos.

TOMÓGRAFOS

Já no Souza Aguiar, no centro, onde funciona a maior emergência da América Latina, a situação vai melhorando muito lentamente, admitiu o ministro. Dos seis tomógrafos, apenas um foi consertado. "Mas amanhã (hoje) devemos ter mais dois funcionando", disse ele, acrescentando que desfibriladores e respiradores foram enviados para o Hospital Miguel Couto, na zona sul da cidade.

Costa voltou a pedir paciência da população até a normalização do atendimento. "Não vamos conseguir resolver os problemas nesses hospitais da noite para o dia. Dentro de 15 ou 20 dias, ainda vamos encontrar problemas, porque a questão é estrutural", avaliou, referindo-se às dificuldades do sistema básico de saúde, sob responsabilidade da prefeitura. .