Título: Iraque é o lugar mais perigoso para jornalistas
Autor: AP
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2005, Internacional, p. A16

WASHINGTON - O Iraque é o lugar mais perigoso para jornalistas no mundo, segundo um relatório divulgado ontem pelo Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ). De acordo com o estudo, 23 profissionais de comunicação foram mortos no Iraque em 2004. Pelo menos nove deles foram assassinados, enquanto os demais morreram em meio ao fogo cruzado ou acidentalmente no momento em que realizavam seu trabalho. "Os números fazem da guerra no Iraque um dos mais mortíferos conflitos para jornalistas da história recente", diz o relatório. A maioria dos jornalistas mortos é composta de iraquianos.

No total, 56 jornalistas morreram em ação em 2004 - o ano mais violento desde 1994, quando os jornalistas passaram a ser perseguidos durante a guerra civil na Argélia.

O CPJ também manifestou preocupação com as restrições ao trabalho dos jornalistas na Rússia, onde o relatório denunciou "o expurgo de vozes independentes na televisão e a alarmante supressão da cobertura noticiosa durante a crise de reféns na escola de Beslan".

O relatório apontou ainda para o número de jornalistas presos por razões profissionais em várias partes do mundo, como na China e em Cuba. Pela primeira vez, os EUA foram citados por manter em prisão domiciliar o repórter de TV Jim Taricani, que se recusou a revelar o nome de uma fonte. Neste ano, os jornalistas Matt Cooper, da Time, e Judith Miller, do New York Times, ameaçados de prisão pelo mesmo motivo.