Título: Condoleezza diz que China preocupa
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/03/2005, Internacional, p. A13

EUA temem que fortalecimento militar chinês possa ameaçar a segurança na região NOVA DÉLHI - A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disse ontem que os EUA estão preocupados com o fortalecimento militar da China por causa das crescentes tensões com Taiwan - a ilha que Washington prometeu defender. A China, que usou sua economia em alta para se fortalecer militarmente nos últimos anos, considera Taiwan uma província rebelde e vem reiteradamente prometendo usar a força para tê-la de volta.

Os EUA advertiram a China que a lei anti-secessão aprovada segunda-feira - que autoriza o uso da força contra Taiwan se a ilha declarar independência - vai contra os recentes progressos obtidos entre Pequim e Taipé.

Condoleezza disse ontem em Nova Délhi - primeira etapa de sua visita a vários países asiáticos - que a lei anti-secessão pode fazer com que as nações européias reconsiderem a possibilidade de reiniciar a venda de armas à China, suspensa após o massacre de manifestantes pró-democracia em 1989. Washington teme que a venda de armas mais modernas e potentes à China possa ameaçar a segurança na região e levar os EUA a enfrentar um poder chinês elevado se forem forçados a defender Taiwan de um ataque.

A China é um dos países que Condoleezza visitará esta semana. Pequim, buscando reduzir os temores sobre sua nova lei, disse ontem que não houve nenhuma mudança em sua política com relação a Taiwan. Mas o primeiro-ministro taiwanês, Frank Hsieh, declarou ontem que a ameaça de uma guerra aumentou com a lei anti-secessão. No sábado será realizada uma manifestação em Taiwan contra a nova lei.

Com relação à Coréia do Norte, Condoleezza disse que não permitirá que o país comunista cause divisões entre os EUA e seus aliados por causa de seu empenho em prosseguir com seu programa nuclear. A secretária culpou Pyongyang pelo estancamento das negociações para acabar com o isolamento diplomático do país e disse que um esforço diplomático continua sendo a melhor forma de pressionar a Coréia do Norte a renunciar a suas ambições nucleares.

Cinco dias antes da realização de manobras militares entre Coréia do Sul e EUA, a Coréia do Norte acusou ontem Washington de ter intenção de atacá-la e ameaçou ampliar seu arsenal de armas atômicas.