Título: Ações devem ter bom rendimento e poucos riscos
Autor: Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/03/2005, Economia, p. B5

A criação de outro fundo de ações com a aplicação de recursos do FGTS, em estudo pelo governo, embute um forte atrativo. Ele está na promessa de que o novo produto vai assegurar um rendimento mínimo equivalente ao da caderneta de poupança, uma garantia que neutraliza a possibilidade de perda com ações, um investimento de renda variável em que o risco de prejuízo faz parte do jogo. Quem puser o dinheiro nesse novo fundo terá assegurada uma rentabilidade mínima equivalente à variação da Taxa Referencial (TR) mais juro de 6% ao ano. Para começar, isso garante, antecipadamente, um rendimento superior também ao do dinheiro que permanece ancorado na conta vinculada do FGTS, que rende tão-somente 3% ao ano. Nos três primeiros meses do ano, o rendimento acumulado da caderneta está em 2,04%, comparado com o de 1,27% do FGTS.

Ainda em termos comparativos, os recursos do FGTS aplicados em Fundo de Privatização da Petrobrás e o da Vale, também formados com recursos do FGTS, estão esbanjando rentabilidade. Desde o começo do ano até 9 de março, portanto em menos de três meses, o Fundo Petrobrás está rendendo nada menos de 21,01% e o Fundo Vale, 23,36%.

O novo fundo que será proposto aos gestores do FGTS pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) representará nova chance de investimento em ações para os trabalhadores que perderam a oportunidade de embarcar com o dinheiro do fundo nos fundos Petrobrás e nos da Vale. Não se conhecem ainda as regras e tampouco as ações que formarão a carteira, mas o novo produto que tem a chegada prevista ainda em 2005 está com pinta de boa opção de investimento. Nele, pelo menos, o investidor não corre o risco de ter prejuízo com ações, algo que nenhum outro investimento em bolsa garante.