Título: Dólar tem a sétima alta seguida
Autor: Silvana Rocha e Mario Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/03/2005, Economia, p. B11

O dólar fechou em alta pelo sétimo dia útil consecutivo, desta vez de 0,47%, para R$ 2,766, a maior cotação desde 9 de dezembro (R$ 2,781). O paralelo foi vendido a R$ 2,83, em queda de 0,60%. O Ibovespa caiu 1,82%, o risco país subiu 1,95%, para 418 pontos, enquanto o C-Bond perdeu 0,49%, vendido com ágio de 1,125%. A taxa média do comercial (ptax) fechou em R$ 2,7621. Ela servirá, hoje, para os ajustes do vencimento de cerca de US$ 1,7 bilhão em swap cambial. O dólar acompanhou a volatilidade dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano e foi de novo influenciado pela alta do petróleo futuro. O leilão de compra do Banco Central, à tarde, teve pouco efeito sobre as cotações, já que foi aceita apenas uma proposta.

O BC informou que não fará hoje oferta de swap cambial reverso, por causa das condições de mercado. Desde 2 de fevereiro, quando começaram os leilões de swap reverso, o comercial saltou 5,77%. Além disso, as cotações vêm sendo sustentadas em parte pelas compras do BC, iniciadas em 6 de dezembro. Na BM&F, 9 dos 10 vencimentos futuros projetaram alta. O volume negociado cresceu 3,37% para US$ 7,17 bilhões.

A instabilidade no mercado de bônus do Tesouro americano levou investidores estrangeiros a venderem ações na Bovespa. Cresce o número de investidores que acreditam numa elevação mais forte do juro básico nos EUA, que em tese poderia reduzir o fluxo de capital para os mercados emergentes.

O Índice Bovespa fechou em 27.587 pontos, com movimento financeiro de R$ 1,678 bilhão, abaixo da média de R$ 2,06 bilhões de fevereiro. O Ibovespa acumula perda de 1,96% em março e ganho de 5,31% em 2005.

Até o dia 10, o saldo de investimento estrangeiro na Bolsa paulista, em março, estava em R$ 737,848 milhões. Mas operadores comentam que o quadro externo está cada dia menos favorável ao fluxo desses recursos. "O cenário doméstico continua bastante positivo para o mercado de ações. O problema são os títulos do Tesouro americano. Por isso, a Bolsa pode até ter uma realização de lucros mais forte, mas depois tenderá a subir novamente", disse um deles.

Das 53 ações que compõem o Ibovespa, só 5 fecharam em alta. As maiores valorizações foram de Comgás PNA (2,91%), Cemig PN (1,69%) e Copel PNB (0,70%). As maiores quedas foram de Embraer ON (7,86%), Embraer PN (5 ,62%) e TIM ON (5,06%).