Título: Grã-Bretanha evita roubo digital de US$ 424 milhões
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/03/2005, Economia, p. B17

Hackers tentam transferir dinheiro de escritórios do banco Sumitomo Mitsui em Londres e suspeito é preso em Israel LONDRES - Isso sim é globalização: a polícia britânica evitou que uma quadrilha de hackers roubasse um banco japonês em Londres e um dos suspeitos foi preso em Israel. Com ajuda de agentes britânicos, a polícia israelense prendeu na quarta-feira um homem que participou de uma tentativa de roubar o Sumitomo Mitsui Financial Group. A polícia britânica confirmou que houve uma tentativa de roubo nos escritórios de Londres do Sumitomo Mitsui, mas não divulgou a soma envolvida. De acordo com o jornal Financial Times, os ladrões tentaram invadir o sistema de computadores do banco e transferir 220 milhões de libras esterlinas (US$ 424 milhões).

"Como existe uma investigação policial em andamento neste momento, preferimos não comentar o caso", afirmou Takashi Morita, porta-voz do Sumitomo em Tóquio. "Tomamos as medidas de segurança adequadas e não sofremos nenhum dano financeiro." A polícia israelense prendeu Yaron Bolondi, de 32 anos, na região de Tel Aviv, sob a suspeita de tentar lavar 20 milhões (US$ 26,8 milhões). Ele será mantido sob custódia por sete dias.

A Unidade de Crimes de Alta Tecnologia da polícia britânica começou sua investigação em outubro, depois de os criminosos acessarem os computadores da agência londrina do Sumitomo Mitsui. Eles tentaram, sem sucesso, transferir o dinheiro para 10 contas bancárias ao redor do mundo, incluindo a do suspeito israelense.

De acordo com o Financial Times, os ladrões tentaram usar um tipo de software espião, chamado de keylogging, que permite registrar cada tecla apertada em um computador. Assim, eles poderiam descobrir informações como números de contas e senhas. O jornal britânico acrescentou que não está claro se os criminosos entraram fisicamente nos escritórios do Sumitomo ou se instaram o software atacando remotamente o sistema do banco.

Segundo a Sophos, companhia britânica de segurança eletrônica, os programas espiões, que lêem o que o usuário digita, apresentam crescimento explosivo nos últimos meses. A empresa identifica de 15 a 20 novos programas de keylogging todos os dias, entre três e quatro vezes mais do que há um ano. "O problema tem afetado a todos que usam um computador", disse o consultor técnico sênior da Sophos, Graham Cluley.