Título: Coalizão partidária ainda é meta do Planalto
Autor: Vera Rosa e Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2005, Nacional, p. A4

BRASÍLIA -Aliviado com o fim das tensões que tomavam conta do Planalto nas últimas semanas por causa das pressões pela reforma ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia hoje uma série de reuniões com os partidos aliados. A rodada começa à tarde em reunião com lideranças do PTB no Senado e na Câmara, no Palácio do Planalto. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PTSP), garante que o presidente Lula não desistiu da idéia de formar um governo de coalizão. Segundo ele, Lula vem trabalhando na perspectiva de chegar a uma coalizão entre os partidos capaz de ampliar e consolidar a base de sustentação do governo e melhorar na gestão de algumas áreas sensíveis. O segundo encontro de Lula deverá ser com o PL, do vicepresidente José Alencar, mas a data ainda não está fechada. A idéia era de promover esta reunião ainda hoje, mas, em virtude da pesada agenda, Lula adiou as conversas para depois da Semana Santa. Além de ser antiga reivindicação dos parlamentares, essas reuniões sempre foram muito defendidas pelo ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, que quase deixou o cargo na reforma, pressionado pelo PT.

Depois de conversar com os partidos, separadamente, Lula deverá promover reuniões com o Conselho Político, que é integrado pelas lideranças dos partidos. Desta forma, selaria relação institucional com estes partidos, para tratar de interesses do governo e do País. Da mesma forma, atenderia a um anseio dos deputados e senadores que, por serem de legendas que integram a base aliada, querem se sentir participantes efetivos do governo. O passo inicial para eles seria ter contatos diretos com o presidente e ministros.

Apesar de PT ser o maior partido na Câmara, é minoria no Senado. O Planalto parece que , com essas reuniões com partidos e maior entrosamento com parlamentares, tentará realizar a coalização partidária, para garantir a governabilidade. Na opinião de auxiliares de Lula, isso ajudará a isolar o deputado Severino Cavalcanti e o PP. Tânia Monteiro e Rosa Costa