Título: Vantagem do presidente sobre adversários diminui
Autor: Roldão Arruda
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2005, Nacional, p. A12

O prefeito José Serra é o concorrente mais difícil de Lula na corrida eleitoral O capítulo da pesquisa feita pela CNI/Ibope sobre intenção de votos para a eleição presidencial de 2006 repete genericamente as anteriores, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva apareceu como preferido dos eleitores. As diferenças aparecem no detalhamento dos números. Entre outras coisas, observase que, ao contrário do que se viu em pesquisas anteriores, Lula não venceria no primeiro turno se tivesse de enfrentar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ou o prefeito José Serra, ambos do PSDB. A vitória só seria tranqüila na primeira rodada de votos se o adversário tucano fosse o governador mineiro, Aécio Neves.

Outra novidade é a ascensão do prefeito do Rio, César Maia, do PFL. Ele mais do que duplicou suas intenções de voto entre novembro e março.

De todos os nomes de potenciais candidatos à Presidência apresentados pelo levantamento para simulações de disputa com Lula, o que aparece com as melhores chances é Serra. A diferença de intenção de votos entre ele e o atual presidente é de 12 pontos porcentuais.

Pela análise dos resultados realizada pela empresa de consultoria política Góes & Associados, os petistas até poderiam argumentar que a candidatura de Serra é improvável e os leitores apenas relembram com facilidade seu nome, em virtude de sua participação nas duas últimas eleições. 'Entretanto, a leitura política da sondagem não pode fugir da conclusão de que o PSDB continua vivo na disputa', diz o texto dos consultores.

ESQUERDA DO PT

Outro detalhe que chamou a atenção dos pesquisadores da CNI/Ibope foi permanência da senadora Heloísa Helena (PSolAL) entre os preferidos do eleitorado, apesar de nem ter se apresentado como candidata potencial. 'Embora seus resultados totais ainda sejam modestos (4%), vale registrar que ela alcança 6% dos eleitores de nível superior, 6% dos jovens entre 16 e 24 anos, e 6% na capitais', assinala o texto.

' Isso parece sugerir um potencial de inserção de sua candidatura à esquerda do pólo petista.' No capítulo da pesquisa sobre o Congresso, ficou registrado que 79% dos eleitores não aprovam nenhum aumento salarial para os deputados.