Título: Na Justiça, processo por crime eleitoral
Autor: Bárbara Souza
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2005, Metrópole, p. C1

O prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB), está às voltas com denúncias e processos. O mais recente, por suposto uso da máquina administrativa na campanha eleitoral, encontra-se em fase de análise pelo juiz eleitoral de São Sebastião e Ilhabela, Luiz Antonio Carrer. Todas as acusações, segundo o prefeito, partiram de adversários políticos. A denúncia de crime eleitoral foi protocolada pela então candidata a vereadora Mônica Gomes (PSDB), em 16 de dezembro. Ela afirma que o prefeito teria usado uma festa popular no Bairro do Portinho, no dia 18 de setembro, para fazer comício. A fita de divulgação e fotos, que comprovariam a realização do showmício no mesmo dia, hora e bairro da Festa da Primavera, foram juntados ao processo. "As provas são escandalosas", afirma Mônica.

O juiz ouviu as testemunhas no fim de fevereiro e deve juntar as provas documentais e alegações finais das partes envolvidas. A expectativa é que a sentença seja concluída em dois meses.

O prefeito rebate. Ele diz que, diante da pesquisa eleitoral que o apontava com 63,64% das intenções de voto naquele período - ele reeleito com 63,75% dos votos -, não precisaria usar uma festa para comício. "Não tem cabimento. É outra perseguição política, porque se trata de uma candidata a vereadora da oposição."

ARQUIVADO

Outra ação movida contra Manoel Marcos, cujo título é "prefeito-corretor", foi arquivada no Tribunal de Justiça no fim de 2004. No site do TJ, o caso é "segredo de Justiça". O processo foi movido pelo dentista Danilo Giamondo Francisco, presidente da Associação Amigos Associados de Ilhabela (Amailha).

Giamondo foi candidato a vereador pelo PV nas últimas eleições e afirma, na ação, que a relação prefeito-corretor é conflitante. "Na declaração da Junta Comercial de São José dos Campos, onde a empresa do prefeito foi constituída em 13 de fevereiro de 2001, consta que a gerência de compra, venda, hipoteca, permuta, incorporação, loteamento e administração de imóveis ficará a cargo e responsabilidade exclusivos do sócio habilitado, Manoel Marcos, que já era prefeito na época."

A alteração da gerência da imobiliária para o sócio, Marco Henrique da Silva, só ocorreu em 13 de junho de 2002, no segundo ano de seu mandato. O prefeito diz que a imobiliária foi aberta antes de assumir o cargo. Ele ainda é sócio, mas se diz afastado.