Título: FMI aprova 10.ª revisão do acordo
Autor: Sheila D'Amorim
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/03/2005, Economia, p. B3

Governo decidiu se vai renovar acerto com Fundo: maioria da equipe é contra

O FMI aprovou a décima revisão e última do atual programa de crédito de US$ 42 bilhões com o Brasil. O País não tem sacado os recursos da linha de crédito com o Fundo desde setembro de 2003, e o governo brasileiro tem informado ao FMI que não pretende fazer isso até o vencimento do acordo, no final deste mês, disse o porta-voz da instituição de ajuda internacional, Francisco Baker. O Brasil não informou se pretende buscar um novo acordo para substituir o atual. Formalmente, o acordo do Brasil com o Fundo Monetário termina dia 31 de março. Até lá, o governo irá decidir se faz ou não um novo programa. As autoridades brasileiras prometem uma decisão para o final do mês e têm se recusado a fazer maiores comentários. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Awazu Pereira da Silva, limitou-se a dizer, ontem, que a prorrogação ou não do acordo é um tema fora de sua alçada.

Apesar da cautela, motivada principalmente pela incerteza quanto ao desempenho da economia dos Estados Unidos, é majoritária a ala da equipe econômica que dispensa um novo programa. A avaliação é que a economia brasileira já tem condições de andar com as próprias pernas.

Mesmo sem um novo acordo, o Brasil continua na condição de sócio do FMI. É isso que lhe permite, por exemplo, participar do conjunto de países que testa um projeto-piloto de investimentos, pelo qual alguns projetos podem ser excluídos do cálculo do resultado das contas públicas, porque têm retorno financeiro.

É nessa condição que o País pretende discutir, ainda, a criação de uma linha emergencial, facilmente acessível por países em dificuldades. Essa, porém, é uma discussão que não entusiasma os principais patrocinadores do FMI, os países ricos do G-7.