Título: Entre a votação e o 'Habemus papam', cardeais seguem uma série de rituais
Autor: José Maria Mayrink
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2005, Especial, p. H2
Quando no processo de escolha do papa um dos cardeais recebe os votos necessários para ser eleito, um ritual deve ser seguido. Ele começa quando o último dos cardeais diáconos chama o secretário do Colégio Cardinalício, o mestre de Celebrações Litúrgicas e dois cerimonialistas. Cabe então ao cardeal decano, em nome de todos os eleitores, pedir a aceitação do eleito.
Como ontem o escolhido foi o próprio cardeal decano, Joseph Ratzinger, coube ao segundo na hierarquia, o cardeal italiano Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, pronunciar a seguinte frase:
"Acceptasne electionem de te canonice factam in summum pontificem?"
(Aceitas tua eleição canônica como máximo pontífice?)
Após a resposta afirmativa, segue-se outra pergunta:
"Quo nomine vis vocari?"
(Por que nome queres ser chamado?)
Ao que o papa eleito respondeu Bento XVI. Na seqüência, o novo papa reza diante do altar da Capela Sistina. Depois, segue para a Sala das Lágrimas, onde receberá o traje papal e poderá ficar um pouco sozinho antes de saudar os fiéis.
Cabe ao primeiro cardeal dos diáconos, hoje o chileno Jorge Arturo Medina Estévez, escolhido por João Paulo II para a função, anunciar ao público na Praça de São Pedro o cardeal escolhido, iniciando com as palavras:
"Annuntio vobis gaudium magnum; habemus papam..."
("Eu vos anuncio uma grande alegria. Temos papa...).
O novo papa aparece então na sacada da Basílica de São Pedro e pronuncia suas primeiras palavras à multidão. Segue-se a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e a todo o mundo).