Título: Onda argentina chega ao País
Autor: Sônia Inês Vendrame
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2005, Cidades, p. C6

Argentino, homem, jovem, menos instruído, radicado nas regiões metropolitanas, cada vez mais no Rio Grande do Sul e Paraná. É esse o novo perfil do imigrante que chega, atraído pela queda de barreiras comerciais e legais decretada pelo Mercosul nos anos 1990, segundo levantamento do pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV). Os números mostram que o maior fluxo migratório vem de Argentina, Paraguai e Uruguai. Um dos indícios da influência do Mercosul é a queda de São Paulo e Rio na preferência dos imigrantes com menos de um ano de Brasil. Enquanto 52,38% de todos preferiram território paulista, apenas 21,81% dos com menos de um ano no País estão em São Paulo - embora o Estado ainda lidere esse ranking. O Rio caiu de segundo (entre o total) para quarto lugar entre novos migrantes (de 21,09% para 11,91%).

Já Rio Grande do Sul e Paraná tornaram-se, respectivamente, o segundo e o terceiro Estados mais procurados pelos novos imigrantes. O território gaúcho, moradia de 5,17% do total de imigrantes, é o preferido de 14,41% dos novos. Já o Paraná passou de 5,72% entre todos para 13,05% entre os recentes. Os novos também se espalham pelas periferias de regiões metropolitanas (11,96%), cidades grandes (19,43%, ante 10,57% do total) e cidades médias (19,39%, para 7,67% do total).

O levantamento também mostra predominância de jovens entre imigrantes recentes. No total de imigrantes, o maior peso é da faixa de 60 a 67 anos (13,09%). O CPS/FGV fez o levantamento a partir de dados do Censo 2000, do IBGE.