Título: Bolsa sobe 1,88%, mas não convence
Autor: Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/04/2005, Economia, p. B12

Giro financeiro baixo, inferior a R$ 1 bilhão, impede uma projeção positiva para o mercado acionário O fraco volume financeiro impediu algum senso de otimismo em relação à alta de 1,88% registrada pela Bovespa. O cenário externo melhorou e acabou ajudando o mercado doméstico a puxar os preços das ações, que já estavam bastante reduzidos, mas as incertezas quanto à economia americana impedem um prognóstico sobre a tendência da Bolsa paulista. Os juros futuros ficaram estáveis, o risco país caiu 2%, para 442 pontos, enquanto o C-Bond ganhou 0,31%, vendido com ágio de 0,25%. Na maior parte do pregão, o Ibovespa operou em terreno positivo. Com o resultado de ontem, a Bovespa acumula queda de 5,18% em abril e de 3,68% no ano. O movimento financeiro ficou em apenas R$ 933,701 milhões. Na sexta-feira, a Bolsa paulista caiu acompanhando Wall Street. Ontem, as Bolsas americanas se recuperaram, levando o Ibovespa junto. O Índice Dow Jones fechou em alta de 0,83% e a Nasdaq subiu 0,96%.

Também ajudou o recuo nos preços do petróleo futuro em Nova York. Mas os operadores continuam cautelosos, à espera da divulgação de importantes parâmetros para a formação de cenário. Quinta-feira, o Banco Central divulgará a ata do Copom, e nos Estados Unidos são divulgados os balanços de grandes corporações.

Entre as ações do Ibovespa, as maiores altas foram de VCP PN (6,45%), Celesc PNB (5,62%) e Eletropaulo PN (4,82%). As maiores quedas foram de NET PN (5,88%), Telesp PN (0,99%) e Light ON (0,59%).

O mercado de juros fechou o dia praticamente no zero a zero, com poucos negócios. Os ajustes à decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual foram concluídos e, agora, o mercado fica aguardando a divulgação da ata do Copom.

Para operadores, no entanto, dificilmente a ata - que explicará as razões que levaram o BC a contrariar a maioria do mercado e subir o juro em 0,25 ponto - terá o poder de agitar o mercado, porque o Copom garantiu a continuidade das incertezas sobre o rumo da política monetária.

O mercado, de antemão, já embutiu no contrato curto a idéia de um novo ajuste de 0,25 ponto porcentual. E como não deverá haver um alívio na inflação corrente até o dia da ata, o provável é que esse prêmio permanecerá. "A volatilidade deve diminuir, e a liquidez também", previu um operador.