Título: Fusões em alta no primeiro trimestre
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/04/2005, Economia, p. B14

Duas pesquisas de fusões e aquisições divulgadas ontem mostram que o País foi palco, no primeiro trimestre, do maior número de fusões e aquisições já registrado desde 2002. O desempenho confirma que a estabilidade econômica colocou o Brasil na rota de atração de investimentos. O número de fusões e aquisições registrado pela consultoria KPMG somou 77 negócios no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 33% em relação ao mesmo período de 2004. Dados do levantamento realizado pela consultoria PricewaterhouseCoopers mostram que foram registrados 88 negócios entre janeiro e março deste ano, 19% mais do que no primeiro trimestre do ano passado.

Segundo o sócio da KPMG Corporate Finance Márcio Lutterback, o crescimento do volume de negócios atingiu uma marca que remonta ao nível do primeiro trimestre de 2001, quando o mercado estava ativo. "O resultado ficou dentro do esperado e a perspectiva de crescimento deve continuar."

Lutterback destaca que dobrou, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o número de investidores estrangeiros apostando no País. Das 77 transações registradas entre janeiro e março pela consultoria, 43 envolveram capital estrangeiro. No ano passado, foram 17. "O capital estrangeiro é maioria e está voltando para o Brasil", diz. Apesar dos juros elevados, com a taxa Selic em 19,25% ao ano, o especialista destaca que os negócios continuam firmes. É que muitas aquisições são estratégicas e têm maturação de longo prazo, observa.

Outro dado da pesquisa da PricewaterhouseCoopers confirma o interesse do investidor externo. De acordo com o levantamento feito pela consultoria, os estrangeiros foram responsáveis por 56% das aquisições de controle e participação minoritária no primeiro trimestre. Este resultado é o maior dos últimos três anos, segundo a consultoria.

Também as joint ventures com estrangeiros apresentaram o melhor desempenho no primeiro trimestre de 2005 em relação a igual período dos últimos três anos. Segundo a PricewaterhouseCoopers, foram fechados entre janeiro e março 12 negócios.

Quanto aos setores, a pesquisa da PricewaterhouseCoopers destaca o petroquímico e químico como os que mais atraíram investimentos. Já a KPMG aponta o de Tecnologia da Informação (TI) como a vedete.