Título: Lula condecora 74 e diz que será reconhecido no futuro
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/04/2005, Nacional, p. A6

O presidente afirmou que muito vai se discutir sobre o que houve antes e depois de seu governo, e destacou suas ações em educação, ciência e agricultura O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, ao entregar a condecoração de honra ao mérito científico a 74 homenageados, que o País ainda vai falar muito sobre o antes e o depois de seu mandato. Fiel à idéia de apontar o que seu governo tem feito de bom, Lula aproveitou a cerimônia para destacar ações em educação, ciência, agricultura e até mesmo na criação de empregos. "Estou convencido que, quando terminar nosso mandato, a gente poderá discutir o que aconteceu antes e depois de nossa passagem pelo governo, sobretudo na questão do investimento na ciência e tecnologia", disse o presidente. O presidente leu um discurso por cerca de 10 minutos e depois falou de improviso por mais 20 minutos. Lula aproveitou a platéia de educadores e cientistas para defender a reforma universitária e elogiar programas da educação. "Acho que esse é um foro especial para dizer o seguinte: nós não queremos uma reforma do governo. Não queremos proposta que seja do gabinete do presidente, do ministro da Educação ou da Ciência e Tecnologia", disse. "Queremos uma reforma que seja retrato fiel daquilo que é o pensamento da sociedade brasileira sobre a expectativa e a necessidade de que ele tem para que a universidade possa ser no século 21 ainda muito mais avançada, prestar muito mais serviços e ter muito mais qualidade do que foi prestado no século 20."

O presidente defendeu a proposta do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), hoje em disputa entre os ministérios da Educação e da Fazenda, como forma de diminuir as desigualdades no País. "Se não fizermos isso, passaremos mais um século fazendo com que essa parte pobre continue a ser pobre", afirmou.

Lula citou o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) como exemplo de programa que, segundo ele, antes só beneficiava os três Estados do Sul e agora está em todo o País. "Da mesma forma que este país é homogêneo na língua", argumentou, "precisamos agora de unidade criando igualdade de oportunidade para os brasileiros, independentemente do Estado, da cidade ou da vila em que nasceu", disse.