Título: BB e CEF dizem que ajudam a reduzir juro
Autor: Patrícia Campos MelloRicardo Leopoldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/04/2005, Economia, p. B4

Bancos oficiais destacam taxas cobradas nas linhas de destinadas à baixa renda Os dois principais bancos oficiais do País - Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal - evitaram ontem comentar a crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos clientes das instituições financeiras, que não se movimentam para forçar a queda da taxa de juros. Para Lula, a pessoa reclama, mas não "levanta o traseiro da cadeira para mudar de banco". Na crítica, estava implícita uma reclamação contra os próprios bancos, que praticam taxas altas. Segundo o BB, as taxas praticadas pela instituição balizam os pisos dos juros de toda a concorrência. A assessoria do BB lembrou que Lula elogiou o banco no lançamento do microcrédito para o setor produtivo: o presidente disse que a taxa de 1,5% ao mês, no crédito para aposentados da Previdência mediante desconto em folha, é a menor do mercado.

Para o vice-presidente de Varejo do BB, Edson Monteiro, é errado classificar o cheque especial como linha de crédito. Monteiro explicou que o cheque especial é uma facilidade que os bancos colocam à disposição dos clientes para ser usado por poucos dias. "Não podemos avaliar os bancos pelo juro do cheque especial. Ele não é crédito, é uma conveniência que o cliente pode usar ou não." Segundo Monteiro, o cheque especial representa só 3% da carteira de crédito do BB, de cerca de R$ 82 bilhões, e a taxa de juros varia de 2,10% a 7,99% ao mês.

O mesmo ele diz do cartão de crédito. Monteiro explicou que a maioria dos clientes paga a fatura à vista, sem incidência de juros. Só R$ 600 milhões são parcelados no crédito rotativo e, "se o cliente precisar parcelar a fatura, deve procurar um empréstimo com menor taxa e quitar o cartão." No BB crediário, informa, a taxa é de 2,9% ao mês.

A Caixa Econômica Federal também garante que contribui para a queda dos juros para a população, especialmente a de baixa renda. No micropenhor, a taxa cobrada é de 2% ao mês. No empréstimo com desconto em folha para trabalhadores e aposentados, os juros variam de 1,75% a 2,8% ao mês, dependendo do prazo. No empréstimo habitacional, a Caixa garante que tem as menores taxas do mercado e é a única que financia 100% do valor em até 20 anos.