Título: CUT diz que presidente será bem recebido, mas com críticas
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2005, Nacional, p. A7

Enquanto a Força Sindical prepara uma grande manifestação contra o governo Lula, a maior central sindical do País, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), programa uma festa um pouco mais light. Mas também não devem faltar críticas à política econômica, sobretudo em relação às elevadas taxas de juros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para a manifestação, mas não confirmou presença no evento da Avenida Paulista até o início da noite de ontem. "Se o Lula vier, será bem recebido. Mas vai ouvir críticas", afirmou o presidente da CUT, Luiz Marinho. A semelhança com o ato da Força Sindical deverá ficar por conta das apresentações musicais. Estão programados shows com Zezé Di Camargo & Luciano, Jota Quest e Araketu, entre outros. A CUT espera receber 1 milhão de pessoas.

Desde que Lula assumiu a Presidência, a CUT tem tido uma postura menos crítica do que a Força Sindical em relação ao governo federal. Além da ligação histórica entre a central sindical e o PT, Lula e Marinho são amigos.

O tom mais ameno da entidade em relação ao governo tem provocado descontentamento na base e alimentou a saída e o licenciamento de alguns sindicalistas, como o presidente do PSTU, José Maria de Almeida, e Dirceu Travesso, o Didi. Eles trabalham agora na linha de frente da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), que programa, em conjunto com a Pastoral Operária, um ato "de luta" na Praça da Sé. "O Marinho, da maneira que se comporta, é quase um ministro do governo Lula", criticou José Maria. Marinho reage. E assegura que a CUT "vive reclamando". Ele disse ver "direitização" no ato da Força, que convidou até o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, para a manifestação deste ano.