Título: Bush defende nova previdência
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Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2005, Internacional, p. A13

Em entrevista coletiva, líder tenta reverter queda de apoio Confrontado com crescentes obstáculos de política doméstica, o presidente George W. Bush fez ontem uma enfática defesa de seu plano de privatização parcial do sistema federal de previdência. Em sua primeira entrevista coletiva em horário nobre em mais de um ano, Bush também defendeu a designação de John Bolton como embaixador na ONU - definindo a "rudeza" do designado como uma vantagem que o ajudará a "limpar" a organização -, negou-se a fixar um prazo para a retirada americana do Iraque e garantiu que o envolvimento dos EUA no conflito no país do Golfo não debilita a capacidade americana de lidar com outras ameaças. No dia em que a principal autoridade de inteligência do Pentágono, Lowell Jacoby, alertou que a Coréia do Norte tem capacidade de armar um míssil de longo alcance com uma ogiva nuclear, Bush chamou o líder norte-coreano, Kim Jong-il, de "pessoa perigosa que mata seu povo de fome". Reiterou, porém, que a diplomacia é o melhor caminho para forçar Kim a abandonar seu programa nuclear.

Mas o foco foi a previdência. "Proponho um sistema em que os benefícios para os trabalhadores de menor renda cresçam mais que os benefícios da gente que está em melhor posição econômica", afirmou Bush. "Esta reforma resolverá a maioria dos problemas de financiamento da previdência." Bush tenta recuperar terreno depois que a campanha que ele fez pelo país nos últimos 60 dias para convencer os americanos sobre os méritos da reforma da previdência produziu resultado oposto ao pretendido: a oposição à idéia subiu de 41% para 51% e a proporção de simpatizantes do presidente caiu de 56% para 45%, segundo pesquisa Washington Post-ABC News. Bush quer uma elevação gradual da idade para a aposentadoria, que já está em transição de 65 anos para 67, e o aumento do teto da renda bruta sujeito ao imposto previdenciário de 6,2%, que é hoje de US$ 90 mil por ano.

Com os preços de combustíveis em níveis recordes, Bush também pediu apoio para seu projeto de lei de energia que visa a abrir à exploração novas reservas petrolíferas localizadas sob um parque nacional no Alasca. "Precisamos usar melhor os recursos existentes ... e desenvolver novas fontes de energia, como o hidrogênio, o etanol ou o biodiesel."