Título: Maranhão deve ficar no BB
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2005, Economia, p. B9

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deverá, nos próximos dias, pôr fim à interinidade de cinco meses de Rossano Maranhão na presidência do Banco do Brasil (BB), confirmando-o no cargo. "Tanta demora já está criando problemas no banco", disse uma fonte ao Estado. Como interino, Maranhão sente-se impossibilitado de tomar decisões de longo prazo. "Isso está trazendo uma enorme angústia para ele", comentou uma pessoa próxima do presidente interino. A expectativa é que a confirmação ocorra antes da viagem do ministro a Washington na próxima semana.

Palocci deve aproveitar o momento de confirmação de Rossano para fazer mudanças nas vice-presidências do banco. "É quase certo que o atual vice-presidente de Varejo, Edson Monteiro Machado, perca o cargo", disse a fonte.

Funcionário de carreira do BB, Monteiro ficou desgastado por ter um relacionamento considerado duro com a rede de agências. "Esse tipo de comportamento foi uma das causas da greve do ano passado (a maior da história do banco)", contou a fonte.

Para o lugar de Monteiro, estão cotados o atual vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global, Adézio de Almeida Lima, e do vice-presidente interino de Negócios Internacionais e Atacado, Antonio Francisco de Lima Neto.

A vaga aberta com as mudanças deverá ser ocupada por alguém do próprio corpo técnico do banco. "Os cargos de vice-presidente são todos muito técnicos e sem muito espaço para políticos", avaliou a fonte.

Pelo estatuto do BB, as vice-presidências só podem ser ocupadas por pessoas com nível superior completo. Palocci, no entanto, deverá guardar a presidência do Banco Popular para um político.

O ex-deputado federal e candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela (PT), é o nome mais provável para substituir Ivan Guimarães na presidência da subsidiária do BB responsável pelo programa de microcrédito.

Guimarães já teria até feito o pedido de demissão, mas essa informação não é confirmada pela Assessoria de Imprensa do BB. "Não temos nenhuma diretriz oficial sobre este assunto", disse um porta-voz do banco.

A idéia inicial do governo era criar uma nova vice-presidência para Magela. "O Palocci convenceu o Magela que a presidência do Banco Popular seria um cargo mais adequado por não exigir tanto conhecimento técnico como uma vice-presidência exigiria", relatou uma fonte.

A ida de Magela para o Banco Popular não deve ser interpretada, segundo a fonte, como desistência do ex-deputado de se candidatar novamente ao governo do Distrito Federal. "Ele está firmemente convencido a apresentar seu nome ao PT do Distrito Federal", contou .