Título: Motoristas adiam definição de greve
Autor: Giovanna Balogh
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/04/2005, Metrópole, p. C3

Justiça do Trabalho considerou ilegal paralisação prometida para segunda-feira, mas categoria diz que se mantém mobilizada Os motoristas e cobradores de São Paulo entraram em estado de greve ontem após uma liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerar ilegal a paralisação planejada para a segunda-feira. No estado de greve, a categoria fica mobilizada para parar os serviços a qualquer momento. Na quarta-feira, haverá uma assembléia para decidir sobre o movimento. O TRT concedeu a liminar a pedido do Ministério Público por se tratar de um serviço essencial para a população. Caso insistissem com a paralisação, a liminar puniria os grevistas com multa diária de R$ 200 mil. Segundo o documento expedido pela juíza-presidente do TRT, Dora Vaz Trevino, deve ser mantida 90% da frota nos horários de pico e 60% nos de menor movimento.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano , Isao Hosogi, o Jorginho, garantiu aos paulistanos que os ônibus vão operar normalmente enquanto continuar a negociação salarial com os empresários. A data-base da categoria é 1.º de maio.

Os trabalhadores vaiaram a liminar, que foi divulgada minutos depois de a maioria dos trabalhadores optar pela greve. Na segunda-feira, em vez da greve anunciada, haverá uma audiência conciliatória no TRT, às 15 horas. Além das duas partes envolvidas, a São Paulo Transporte (SPTrans) participará da reunião que poderá dar um fim à discussão do aumento salarial da categoria.

Depois de receber anteontem propostas dos empresários, como um aumento de 5,3%, representantes do sindicato estiveram reunidos novamente ontem à tarde com a SPurbanuss, sindicato patronal. "Eles aumentaram os 5,3% para 6% e garantiram manter as cláusulas da convenção anterior", disse o presidente. "Eles também retiraram a idéia de fazer banco de horas e cancelar as horas extras," O valor do aumento foi vaiado pelos trabalhadores. "Não é a proposta ideal", lamentou Jorginho.

A categoria pede reajuste de 7,71% e aumento real de 5%, além de participação nos lucros e resultados (PLR). Jorginho disse que a categoria não reivindica aumento da tarifa do ônibus, que foi reajustada neste ano de R$ 1,70 para R$ 2,00.