Título: Ata do Copom mostra que há espaço para nova alta dos juros
Autor: SONIA RACY
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2005, Economia, p. B5

A justificativa para a alta de juros promovida na semana passada foi, grosso modo, a seguinte. Acreditam os integrantes do Copom que a manutenção dos juros em 19,25% e da taxa de câmbio em R$ 2,60/US$ não asseguraria a convergência da inflação para sua meta. A ata assinala que, por essa razão, o Copom decidiu elevar os juros para 19,50%.

Poucos entenderam também o espanto do BC em relação à atividade econômica, principalmente o ritmo da produção e das vendas industriais. Mesmo registrando uma desaceleração, tanto produção quanto vendas de bens duráveis continuam aquecidas, enquanto os bens ligados à renda demonstram certa desaceleração.

Por outro lado, o estoque de crédito livre continua se expandindo em ritmo acelerado. Em março, cresceu quase 25% na comparação com o mesmo mês do ano passado. E a curva, desde então, é ascendente.

O fato é que a ata, aliada ao mau humor externo causado pela divulgação do PIB dos EUA no primeiro trimestre - crescimento de 3,1% ante expectativa de 3,5% -, acabou afetando negativamente o mercado brasileiro.

soracy@estado.com.br

IMPRESSÃO DIGITAL Principal responsável pelo contencioso do açúcar, Pedro de Camargo Neto comemorava ontem a confirmação definitiva da vitória do Brasil. Sobretudo a condenação da exportação do açúcar tipo C. "Isso é importante, pois obriga a UE a alterar seu regime açucareiro. E reforça a jurisprudência de que políticas de apoio interno podem ser também consideradas subsídio à exportação, mesmo sem subsídio financeiro, com importantes implicações para outros produtos e países." Ele destaca que essa vitória é a prova de que o caminho dos contenciosos precisa ser explorado. "Nunca teríamos conseguido este avanço em uma negociação tão complexa como obter consenso de 149 países."

NA FRENTE ALTA COSTURA

O grande responsável pela condução da negociação entre Telecom Italia e Daniel Dantas foi o investidor Naji Nahas. Foi ele o intermediário das conversas entre Marco Tronchetti Provera, dirigente mundial da Telecom Italia, e Dantas.

Ontem, ambas as partes chegaram a um acordo.

Incentivo

O prefeito paulista José Serra e o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, estão costurando medidas que vão permitir a redução de impostos cobrados em perímetros específicos da cidade.

Objetivo: atrair empresas para lugares a serem recuperados.

DEMISSÕES

E o caso Banco Santos continua. Foi promovida ontem a dispensa dos funcionários.

PRIVILÉGIO

O Tribunal de Contas de Goiás, que tem R$ 70 milhões depositados no Banco Santos, conseguiu liminar para sacar os recursos.

Por acaso o TC tem mais direito que outros credores?

POSTPONED

Os credores do Banco Santos tentam, de todas as maneiras, que o BC tome uma decisão em relação ao banco somente após o início da vigência da Lei de Falências. Eles acham que terão mais chances de receber algum.

PARTO DA MONTANHA

A dança das cadeiras anunciadas ontem pelo ministro Antônio Palocci não sinaliza mudanças da política econômica. Pelo contrário. Com a entrada de Murilo Portugal no cargo de secretário-executivo do ministério, o mercado acredita que a Fazenda ganha e muito em termos operativos. O histórico de Portugal fala por si.

O fato é que o secretário de Política Econômica Marcos Lisboa estava tentando sair do governo Lula há oito meses. Eduardo Loyo, do BC, há quase cinco. Agora falta a liberação de Alexandre Schwartzman, do BC, que pediu para ser liberado em novembro do ano passado.

GLOBETROTTER

O ministro Luiz Furlan participa, semana que vem, em Washington, da reunião do Conselho das Américas, que este ano tem como tema "Fortalecendo a Competitividade, Criando Prosperidade". Falará sobre a competitividade da economia brasileira e atração de investimentos.

Presentes, entre outros, Condoleezza Rice, Donald Rumsfeld, Martin Redrado, presidente do BC da Argentina, e o novo secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez com quem Furlan tem audiência terça-feira.