Título: PSDB tenta recompor base aliada na Assembléia
Autor: Simone Harn
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/2005, Nacional, p. A9

O líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo, Edson Aparecido, já procura deputados de todos os partidos, exceto o PT e o PC do B, para recompor a base aliada ao governo Geraldo Alckmin na Casa. Começou com os partidos mais próximos - PTB, PPS, PL e PP - e o primeiro resultado desses diálogos deverá ser a decisão conjunta de entrar na Justiça contra a composição das comissões da Casa. De acordo com os tucanos, o princípio da proporcionalidade - o tamanho das bancadas determina o número de vagas - foi desrespeitado.

O PSDB já conta com o apoio do deputado Campos Machado, líder do PTB: "O que aconteceu na Casa foi uma aberração, sacanagem política. O regimento é claro, mas o PFL conseguiu duas vagas em comissões violentando todas as normas. Não houve tentativa de acordo. Foi demais o estupro político", bradou.

A estratégia dos aliados, porém, é só recorrer à Justiça se tiverem certeza de vitória. A decisão deve ser tomada até terça-feira. O deputado Milton Flávio (PSDB) insiste que há base legal para o partido entrar na Justiça e cogita fazer isso mesmo que de forma independente.

Preocupado com as derrotas políticas que sofreu nos últimos meses na Assembléia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) resolveu lavar as mãos e atribuir as perdas ao processo interno do Legislativo paulista. "A composição das comissões da Casa é um assunto interno e deverá ser resolvido pelas bancadas que a compõem", disse, em entrevista à Rádio Eldorado.

Todo o esforço, no entanto, não deve impedir que o PSDB perca a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a ser escolhida no início da semana. Ontem, os deputados definiram o comando de outras três comissões, que ficaram com o PT. A Comissão de Direitos Humanos ficou com o deputado Ítalo Cardoso; a de Educação, com Maria Lúcia Prandi e a de Serviços e Obras, com Simão Pedro.