Título: Encontro quer aprofundar relações na política Sul-Sul
Autor: Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/2005, Nacional, p. A12
Projeto mais ambicioso da política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reunião de cúpula dos países da América do Sul e do Mundo Árabe foi costurada como meio de aproximar as duas regiões, principalmente em temas de comércio e de investimentos. Marcada para 10 e 11 de maio, em Brasília, a reunião de 22 líderes árabes e de 12 sul-americanos é considerado um evento político de grande envergadura. Dela deverão sair manifestações sobre Iraque, Palestina-Israel e combate ao terrorismo, que já preocupam os EUA, que tiveram negado pedido de enviar observador. O evento sintetiza a polêmica orientação do governo Lula para aprofundar relações do Brasil com economias em desenvolvimento e periféricas - versão atual da política Sul-Sul do regime militar. O Itamaraty espera que todos os chefes de Estado da América do Sul compareçam, com nariz torcido ou não.
Mas, entre os 22 árabes, apenas cinco confirmaram a presença - o rei Mohammed VI, do Marrocos, e os presidentes Bachar al-Assad, da Síria, Hosni Mubarak, do Egito, Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, e Abdelaziz Bouteflika, da Argélia e Liga Árabe. Por razões de saúde, o rei Fahd, da Arábia Saudita, não deverá comparecer. Mas enviará representante, assim como os demais ausentes.
O evento permitirá quatro encontros entre os chefes de Estado e mais reuniões bilaterais, em paralelo. A abertura será no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, reformado para a reunião e para sediar o Fórum Empresarial do Mundo Árabe e da América do Sul. Um palco especial, com dois níveis, será construído para acomodar os representantes dos 34 países e permitir a foto oficial - o principal momento para o presidente Lula.