Título: Relatório mostra despesa estável com servidor
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2005, Nacional, p. A8

BRASÍLIA Os gastos com funcionários dos três poderes aumentaram em R$ 23 bilhões nos últimos três anos, mas continuaram representando 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Preocupado em amenizar as críticas que tem recebido pelo aumento de despesas com nomeações, o governo divulgou ontem um relatório sobre a evolução dos gastos com pessoal e com os benefícios previdenciários, cruciais para a administração das contas públicas. Segundo o documento, elaborado pelo Tesouro Nacional, em 2002 foram pagos R$ 75 bilhões em salários e remunerações para os servidores públicos ativos, aposentados e pensionistas, civis e militares, do Executivo, Legislativo e Judiciário. A meta desses gastos projetada para o final deste ano é atingir R$ 98,1 bilhões. Segundo o governo, esse aumento, computando o impacto da inflação (medida pelo IPCA), não indica descontrole desse item no orçamento. O relatório destaca que os gastos com servidores, se comparados ao PIB, estão há três anos no patamar de 5%. O número de servidores federais dos três poderes passou de 2,037 milhões para 2,151 milhões, entre janeiro 2002 e dezembro de 2004, incluindo aposentados, pensionistas e trabalhadores de estatais. Os ativos cresceram de 1,049 milhão para 1,105 milhão. Recentemente o governo foi acusado de aumentar os gastos de pessoal contratado para cargos comissionados. O relatório alega que os cargos comissionados eram 19 mil no fim do ano passado, um aumento de 6% do total em fins de 2001 (17,9 mil). Mas fica claro o aumento das nomeações de pessoas sem vínculos com a carreira de servidor público por meio dos DAS: em dezembro de 2002 elas somavam 6.210 e representavam 33,8% do total de funcionários do Executivo; no final de 2004, totalizaram 7.322, ou seja, 38,4% do número geral do governo.