Título: Ciro bate boca com opositores de obra no São Francisco
Autor: James Allen
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2005, Nacional, p. A9

Acossado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que insinuou o atendimento a interesses de empreiteiras, e pelos argumentos técnicos do governador João Alves (PFL-SE) contra a transposição das águas do Rio São Francisco, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, partiu ontem para um bate-boca com seus opositores em debate no Conselho Federal da OAB. "Qualquer atitude que se tome é atitude política e, no caso do presidente Lula, é política para usar na campanha", disse ACM. Ciro argumentou que o projeto foi defendido por Lula desde o primeiro dia de governo e repeliu a insinuação do senador. "Se tivesse vontade de atender a interesses de empreiteiras, há muitos outros meios sem tanta audiência pública".

Ao contraditar a afirmação do governador João Alves de que a vazão média do rio, na foz, seria de 800 m3/s e não 1.850 m3/s, como afirmara, Ciro insinuou: "Há possibilidade de charlatanismo, pois não é razoável que autoridade afirme que a vazão é de 1.850 m3/s, e outro diga que são 800 m3, sem citar a fonte."

Pressionado, Alves disse que sua fonte era um diretor da Chesf. "A Chesf não fala, escreve", replicou Ciro, lembrando que a companhia tinha votado favoravelmente ao Plano de Bacia.