Título: Gil sai em defesa de mandato de seis anos, sem reeleição
Autor: Cida Fontes
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/04/2005, Nacional, p. A6

Um dia após o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, defender o direito do governo pleitear a reeleição, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, condenou a antecipação do debate eleitoral. "Se todos passam a pensar nas eleições, pensam menos no governo", disse. Ele também defendeu um mandato de seis anos para o presidente, sem direito à reeleição. "Isso daria mais eficiência e mais conveniência", justificou. Gil ressalvou que esse modelo só deveria ser adotado após a reforma política. Para ele, quem abriu o debate sucessório antes da hora foi a oposição. "Já puseram o bloco na rua. Não foi o governo, foram as oposições, com o lançamento prematuro de candidaturas no Rio e São Paulo", disse, numa referência ao prefeito Cesar Maia (PFL-RJ) e ao governador Geraldo Alckmin (PMDB-SP).

Gil fez suas declarações ao lado do ministro Luiz Furlan, do Desenvolvimento, que procurou não se comprometer. "Gil e eu estamos entrando no terceiro ano primário da política", brincou. Mas, enquanto ouvia as declarações políticas de seu colega de ministério, mudou: "Gil já está no quarto ano".

Para o ministro da Cultura, o ideal seria discutir sucessão no período de seis meses antes do fim do mandato. "Com isso, a gestão seria menos contaminada e menos impregnada."