Título: PMDB coleta assinaturas de apoio ao ministro
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2005, Nacional, p. A8

BRASÍLIA-Um dia depois da defesa pública feita pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), começou a coletar assinaturas de apoio ao ministro da Previdência, Romero Jucá. A nova tática foi acertada em reunião na segunda-feira entre Suassuna, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - padrinho da indicação do ministro -, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Os peemedebistas cobraram mais apoio do Planalto. Acham que Jucá está sendo fritado por gente do próprio governo e, mais uma vez, reclamaram do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Na semana passada, o deputado afirmou "é incompatível com a condição de ministro da Previdência alguém sob suspeita". Mas o senador Pedro Simon (PMDB-RS) também usou o mesmo tom, ao lado do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).

"Este é um assassinato que tem pelo menos 20 interessados", afirmou Suassuna.

Os peemedebistas lembraram que a crise pode atingir em cheio não só a parceria governamental entre o PT e o PMDB, como enterrar de uma vez por todas o complicado plano de casamento entre os dois partidos para sustentar o projeto de reeleição de Lula. Na reunião, ficou acertado que a bancada de senadores divulgaria um manifesto em defesa de Jucá.

Suassuna começou a coletar assinaturas, mas 3 dos 23 parlamentares não assinaram: Pedro Simon, que já havia questionado a indicação de Jucá; Gerson Camata (ES), com a alegação de que precisava se "inteirar melhor", e o ex-ministro da Previdência Amir Lando (RO).