Título: Operação abortada previa atirar para matar
Autor: Vasconcelo Quadros
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2005, Nacional, p. A9

NA ÚLTIMA HORA: Faltou muito pouco para a Polícia Federal invadir a aldeia Flexal, na reserva Raposa Serra do Sol, para libertar os quatro policiais mantidos como reféns. A operação, abortada duas vezes, seria deflagrada no sábado e contaria com força-tarefa de 240 homens. "A última tentativa de negociação era a de sexta-feira à noite", contou o delegado Daniel Sampaio, ex-chefe do Comando de Operações Táticas (COT), superintendente da PF em Brasília, deslocado a Roraima para comandar a operação assim que o ministro Márcio Thomaz Bastos autorizasse a invasão. A polícia já tinha o mapeamento da área e, na linha de frente da operação, utilizaria bombas de efeito moral e balas de borracha. Se houvesse ameaça de reação com armas de fogo ou flexas, o grupo da retaguarda tinha autorização para tiro letal. Na sexta-feira, governador Ottomar Pinto conversou por telefone com o líder macuxi Lauro Barbosa, que condicionou a libertação à garantia de que nenhum líder seria preso ao chegar em Boa Vista com os reféns. O delegado Alex Sandro Biegas, o perito Alexandre Sauskti, o escrivão Narciso Freidrich e o papiloscopista Ivan Caldas já retornaram para Cuiabá.