Título: Rio também aposta no potencial dos seres marinhos
Autor: Herton Escobar
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2005, Vida&, p. A16

PESQUISA: O Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, da Marinha, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, também está investindo em pesquisas com espécies de animais e plantas marinhas que produzem substâncias bioativas. A maior aposta do instituto, que fica em Arraial do Cabo, é nas esponjas, ascídias e algas. Esses organismos secretam substâncias com poderes semelhantes aos dos princípios ativos de antibióticos e drogas anticancerígenas. Defensivos agrícolas também podem ser desenvolvidos a partir delas. Segundo os cientistas, esses componentes, que servem para a proteção dos seres marinhos contra predadores, inibem a reprodução de células doentes e, com isso, poderiam ajudar a conter as doenças. Outra capacidade das substâncias bioativas é a de conter a incrustação (fixação de crostas), que provoca corrosão na superfície de navios e plataformas de petróleo e aumenta o peso das estruturas, causando problemas de hidrodinâmica. O biólogo Ricardo Coutinho, pesquisador do instituto, explica que a meta é chegar a uma tinta que afaste as cracas. A secretaria já liberou R$ 420 mil para a construção, no instituto, de um laboratório voltado ao desenvolvimento de remédios e de antiincrustantes. Mais R$ 1 milhão, da secretaria e do Ministério da Ciência e Tecnologia, será aplicado na compra de equipamentos. "O Rio quer se transformar em um grande centro de estudos do mar", diz o secretário Wanderley de Souza. Roberta Pennafort