Título: Sob pressão da tarifa de ônibus, inflação da Fipe chega a 0,98%
Autor: Francisco Carlos de AssisCélia Froufe
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2005, Economia, p. B4

Primeira prévia de abril fica no teto das expectativas do merca do, mas previsão da Fundação para o mês continua em 0,45% O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na cidade de São Paulo, apurado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP, subiu para 0,98% na primeira quadrissemana de abril (de 8 de março a 7 de abril), ante 0,79% no fechamento de março. A taxa ficou no teto das estimativas dos analistas, entre 0,8% e 1%. O índice confirma a tese de que o País vive uma inflação de preços administrados e não de demanda. Segundo o coordenador do IPC da Fipe, Paulo Picchetti, mais da metade da inflação da última quadrissemana (0,58 ponto porcentual) vem da tarifa de ônibus, um preço administrado pela Prefeitura de São Paulo.

O aumento da passagem de ônibus, de R$ 1,70 para R$ 2, autorizado em 5 de março, chegou a 17,65% e reservou para a primeira preliminar de abril uma parcela de 13,99%. "Sem a passagem de ônibus, a inflação na primeira quadrissemana teria sido de 0,28%", disse Picchetti.

Para Picchetti, é clara a existência de um processo de recomposição de renda, que acaba influenciando, em parte, a demanda agregada. Isso, segundo ele, é comprovado pela evolução dos preços industrializados, que saíram de 0,11% em março para 0,28% na 1.ª quadrissemana.

Para abril, o cenário delineado para São Paulo por Picchetti é sensivelmente melhor do que o de março. Ele manteve sua projeção para o IPC em 0,45% - uma taxa que, se confirmada, ficará abaixo da metade do índice de 0,98% apurado na primeira quadrissemana do mês e 0,34 ponto porcentual abaixo da inflação efetiva de 0,79% no mês passado.