Título: Ata do Fed acalma investidores
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/04/2005, Economia, p. B13

Impressão de que o arrocho fiscal nos EUA será brando faz a Bolsa subir, dólar cair e juros futuros mais longos recuarem A ata da última reunião do Federal Reserve veio mais branda do que se imaginava, e isso ajudou os mercados locais. O dólar retomou a tendência de queda, após ter fechado estável na segunda-feira, o Ibovespa subiu 1,18%, os juros futuros mais longos projetaram queda, o risco país recuou 0,90%, para 438 pontos, enquanto o C-Bond ganhou 0,75%, vendido com ágio de 1%. O comercial fechou na mínima do dia, em R$ 2,574, caindo 0,46%. O paralelo recuou 0,46%, vendido a R$ 2,81. O Banco Central informou que não fará oferta de swap cambial reverso hoje, pela quinta semana consecutiva. No mês, o dólar acumula queda de 3,52% ante o real, e no ano, de 3,01%.

No mercado futuro, dos 7 vencimentos negociados, 4 projetaram queda (maio, julho, agosto e janeiro) e 3, alta (junho, outubro e março). Para 1.º de maio, a aposta é de ligeira baixa de 0,09%.

A ata do Fed foi interpretada como indicação de que é menos provável um aperto monetário mais intenso nos EUA (ver página B6). Graças a ela, o Ibovespa subiu. Agora, o índice da Bolsa paulista acumula queda de 1,52% em abril e ligeira alta de 0,04% em 2005. O volume financeiro ficou em R$ 1,437 bilhão.

"O mercado estava preparado para uma ata mais conservadora, que não veio", disse um operador. Em seguida, as ordens de compra foram disparadas.

As maiores altas foram de Eletrobrás ON (6,21%), Transmissão Paulista PN (6,17%) e Telesp PN (5,98%). As maiores quedas foram de Siderúrgica Tubarão PN (3,95%), Klabin PN (3,61%) e Vale ON (2,28%).

Assim que a ata do Fed foi divulgada, os juros pagos pelos títulos do Tesouro americano recuaram, uma reação em linha com a máxima de que o mercado compra no boato e cai no fato. "Foi uma realização, porque o mercado havia se preparado para algo pior", comentou um operador.

Na BM&F, o contrato de juro de janeiro, o mais líquido, fechou o pregão viva-voz na mínima do dia, projetando taxa de 19,51% ao ano - a máxima havia sido de 19,65%. No eletrônico, ela recuou ainda mais, para 19,46%.

Mas os contratos curtos não acompanharam essa reação positiva. Eles continuam embutindo a idéia de uma alta de 0,25 ponto porcentual na Selic, na semana que vem, e outra da mesma intensidade em maio.