Título: Porto Alegre responsabiliza saída de empresas por desempenho modesto
Autor: Wilson Tosta Luciana Nunes Leal Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2005, Nacional, p. A8

saída de empresas para outros municípios da região metropolitana explica o crescimento mais lento do PIB de Porto Alegre, de R$ 10,9 bilhões em 1999 para R$ 13 bilhões em 2002, variação de 19,3%. Nos últimos dez anos saíram da capital gaúcha indústrias de bebidas, componentes de automóveis, software e prestadoras de serviços.

Não há um levantamento do número de empresas. Mas há exemplos: a Brahma desativou a produção de cerveja na capital e montou uma grande indústria em Viamão, a Altus levou a fabricação de controladores programáveis de processos industriais para São Leopoldo e a Expresso Mercúrio fez um centro de distribuição em Cachoeirinha. A Parks, fabricante de modems, também foi para o distrito industrial de Cachoeirinha.

"Para empreendimentos industriais os terrenos (em Porto Alegre) são muito caros e o plano diretor restritivo", explica o professor da Faculdade de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Roque Klering, estudioso das economias municipais gaúchas há 20 anos. Para ele, a capital, que já teve uma grande área industrial, tende a se especializar em comércio e serviços.

O secretário da Fazenda, Cristiano Tatsch, critica a política tributária "inflexível" das gestões anteriores, do PT, que mantiveram o ISSQN em 5%, quando municípios vizinhos atraíam empresas com isenções. A Altus, por exemplo, preferiu São Leopoldo para aproveitar benefícios fiscais e a infra-estrutura para pesquisa do parque tecnológico da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.