Título: Em SP, paulistanos de meio expediente
Autor: Wilson Tosta Luciana Nunes Leal Adriana Chiarini
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2005, Nacional, p. A8

Centenas de ônibus vindos de diferentes cidades da Região Metropolitana de São Paulo, e até de municípios do interior, chegam cedo, de segunda a sexta-feira, à capital paulista. Eles vêm lotados de executivos e profissionais liberais de diferentes áreas que trabalham na maior cidade do País, mas preferiram, por diferentes razões, viver em outros locais. O engenheiro de produção Sérgio Eduardo de Oliveira Campos, de 44 anos, é um deles. Atualmente, "passou a fase do ônibus fretado" - já que não tem horário fixo - mas cinco vezes por semana gasta, de carro, em média, três horas no trânsito, vindo e voltando de Vinhedo, cidade que integra o Circuito das Frutas e fica a 76 quilômetros de São Paulo e a 18 de Campinas. "O tempo que gasto para ir e voltar ao trabalho é, muitas vezes, menor do que outros colegas que trabalham e moram em São Paulo", diz ele, que desde 1999 deixou a capital em busca de melhor qualidade de vida para a família. "Chego em casa, olho para o céu e vejo estrelas", afirma. A mulher de Sérgio, a calígrafa Angela Cristina Carmona, de 42 anos, diz que, se depender dela, a família não deixa Vinhedo por nada. "Sou muito feliz aqui." À capital paulista, Angela costuma vir apenas a passeio e para se submeter a consultas médicas. "O lazer e o entretenimento acabam ficando mesmo em Vinhedo e em Campinas. Viver aqui já é um lazer", assegura ela.

O personal trainer Eduardo Fazioli, de 30 anos, é outro exemplo de profissional que atua em São Paulo, mas vive em Guarulhos. Diariamente, percorre 20 quilômetros de casa até o trabalho, na zona Norte. Desde dezembro, além de dar aulas na capital, também está trabalhando em uma academia de sua cidade. "São Paulo continua sendo terra de oportunidades. Dependendo da área, então, encontrar trabalho é aqui ou aqui", conclui.