Título: CUT vai exigir mínimo maior
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/04/2005, Nacional, p. A10

Para Marinho, vinculação ao PIB não recupera poder de compra O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, criticou a decisão do governo de vincular o reajuste do salário mínimo ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mais: definiu-a como "displicência" do novo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Vincular ao PIB é insuficiente para garantir a recuperação do poder de compra do salário mínimo", disse. "Vamos cobrar mais." "Acho uma displicência do ministro colocar isso na Lei de Diretrizes Orçamentárias sem discutir com as centrais sindicais e não considerar a comissão que o governo prometeu criar para preparar uma política de recuperação do salário mínimo", reclamou o presidente da CUT. Ele anda irritado com a demora do governo na instalação da comissão - hoje parada na Casa Civil.

A vinculação do salário mínimo ao PIB, na avaliação de Marinho, não representa nenhum acréscimo ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu aos trabalhadores neste ano. Em maio, o salário mínimo vai subir para R$ 300.

Durante as negociações para definir esse valor, ainda no ano passado, Lula se comprometeu a criar o Conselho Nacional do Salário Mínimo, encarregado de formular uma política de recomposição do mínimo a médio prazo. "A comissão tem até o final do ano para apresentar soluções, para que o Congresso aprove um orçamento com reajuste maior do que a LDO prevê", declarou Marinho.

A direção da CUT reiterou sua contrariedade por meio de nota divulgada no início da noite. "O salário mínimo é o principal indicador da distribuição de renda e é peça-chave para o desenvolvimento econômico e social. Por isso, nossa central sindical vem insistindo na necessidade de construir uma política clara de recuperação do poder de compra do mínimo, com aumentos reais regulares, para que ele atinja, a médio e longo prazos, o seu papel constitucional."