Título: Entidade acusa laboratórios de aumento abusivo
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/04/2005, Vida&, p. A30

BRASÍLIA - Levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF) em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) sustenta que a indústria farmacêutica reajustou o preço de cerca de 1.300 remédios acima do limite autorizado pelo governo. A análise levou em conta 15 mil itens. Segundo a pesquisa, os aumentos - acima do permitido - teriam variado entre 7,4% e 59,86%. O maior aumento seria o do estimulador de apetite Apetibe, do Laboratório Luper, que teria passado de R$ 12,88 para R$ 20,59 - um reajuste de 59,86%. O presidente do conselho, Antônio Barbosa, afirma que a pesquisa toma como base comparativa para a obtenção dos índices de aumento a própria relação de preços divulgada pela Revista da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) e leva em conta os medicamentos monitorados, de acordo com as categorias definidas pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para efeito da incidência dos porcentuais autorizados.

A Febrafarma contesta o trabalho realizado pelo CRF-DF. "O preço do Apetibe subiu 5,89%, passando de R$ 19,71 (preço autorizado pela CMED em 31 de março de 2004) para R$ 20,86, ao contrário do que afirma o Conselho Regional de Farmácia", informa a entidade, em nota. A Febrafarma garante que nenhum produto registrou aumento acima dos limites fixados pela CMED.

Segundo Barbosa, o levantamento foi encaminhado à CMED e ao Ministério da Saúde, com pedido de "providências para que os aumentos abusivos sejam coibidos".