Título: Presidente abre 66,7 mil vagas para militares
Autor: Sérgio Gobetti
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/04/2005, Nacional, p. A4

BRASÍLIA - O presidente Lula está empregando 346 mil militares no País, 66,7 mil militares a mais do que o governo de Fernando Henrique Cardoso em 2002. A expansão de 23,9% se deve à ampliação de vagas para o Serviço Militar Obrigatório e para o Projeto Soldado Cidadão, uma espécie de Bolsa-Família na área militar, que garante soldo mensal de R$ 168 para os jovens recrutas de baixa renda. Somente no Exército, segundo estimativas do deputado Jair Bolsonaro (PFL-RJ), o número atual de recrutas chega a 130 mil jovens, sendo 30 mil deles pelo Projeto Soldado Cidadão. A diferença desse recruta em relação ao que ingressa pelo Serviço Militar Obrigatório é que ele recebe um treinamento mais voltado para profissões técnicas, como marceneiro, eletricista e pedreiro, e não faz tantos exercícios militares. Tanto num caso como no outro, a duração do serviço é de 10 meses a um ano.

Atualmente, os militares custam aos cofres federais R$ 20,6 bilhões anuais, mas R$ 12,9 bilhões servem para pagar aposentados e pensionistas. Comparando a situação de 2004 com a de 2002, o gasto com os militares da ativa chegou a encolher 7% em valores nominais, apesar da ampliação de recrutas.

"Esse gasto é um tremendo investimento no futuro desses jovens e no próprio País. Se estivessem na rua, sem emprego, parte desses jovens poderia estar na criminalidade", diz Bolsonaro.

Ao contrário dos recrutas normais, os jovens do Soldado Cidadão são automaticamente desligados quando encerram o estágio de um ano. Entre os demais, cerca de 10% conseguem se manter nas Forças Armadas por mais oito anos, mas apenas por concurso público para oficial podem se efetivar na carreira militar, com todos os direitos especiais de servidor público.