Título: Uma vitória com gosto de derrota
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2005, Internacional, p. A14

Eleitores chamam Blair de mentiroso e só votam nele por falta de opção

Às vésperas da eleição que, segundo ele, será seu último suspiro como primeiro-ministro, Tony Blair parece bastante abatido. As palavras fervorosas continuam a se derramar vivamente de seus lábios, mas para suas audiências, cada vez mais, a mágica parece ter acabado. As pessoas dizem que vão votar nele e em seu Partido Trabalhista e não em seus infelizes oponentes, mas muitas dizem também que não acreditam mais em suas explicações, justificativas e promessas depois da experiência dos últimos oito anos.

"Não há alternativa (infelizmente)", diz a capa da edição da semana eleitoral da revista The Economist, sobre a foto de um Blair sorridente, com o olhar um tanto vazio.

Para um candidato a caminho de ser reeleito amanhã para o terceiro mandato consecutivo e que, aos 51 anos, pode ser considerado o político trabalhista mais bem-sucedido de todos os tempos, Blair emerge de uma dura campanha como uma espécie de perdedor.

Em entrevistas, Blair reconheceu que sua popularidade está em baixa. Como resultado, ele fez mais campanha ao lado do ministro das Finanças, Gordon Brown, visto como seu herdeiro na liderança do partido.

Com uma ampla maioria no Parlamento, Blair conseguiu quase dobrar os gastos com a educação e o Serviço Nacional de Saúde, contratar mais policiais e forjar um acordo de paz para a Irlanda do Norte. Com o ministro Brown, ele conduz uma economia que funciona satisfatoriamente.

E, embora a guerra no Iraque fosse impopular, Blair já guiou a Grã-Bretanha através do que parece ter sido a pior parte, com duas mortes britânicas naquele país nos últimos dois meses. Contudo, a crítica segundo a qual Blair é falso e loquaz demais pegou.

Uma sensação de traição quase palpável trouxe com freqüência não só revolta, mas também prejuízos durante os vários encontros da campanha de Blair com o eleitorado nas assembléias locais, que foram apelidados de "sessões de masoquismo". Eleitores chamam Blair de mentiroso

e só votam nele por falta de opção John Daniszewski Los Angeles Times LONDRES Às vésperas da eleição que, segundo ele, será seu último suspiro como primeiro-ministro, Tony Blair parece bastante abatido.

As palavras fervorosas continuam a se derramar vivamente de seus lábios, mas para suas audiências, cada vez mais, a mágica parece ter acabado. As pessoas dizem que vão votar nele e em seu Partido Trabalhista e não em seus infelizes oponentes, mas muitas dizem também que não acreditam mais em suas explicações, justificativas e promessas depois da experiência dos últimos oito anos.

"Não há alternativa (infelizmente)", diz a capa da edição da semana eleitoral da revista The Economist, sobre a foto de um Blair sorridente, com o olhar um tanto vazio.

Para um candidato a caminho de ser reeleito amanhã para o terceiro mandato consecutivo e que, aos 51 anos, pode ser considerado o político trabalhista mais bem-sucedido de todos os tempos, Blair emerge de uma dura campanha como uma espécie de perdedor.

Em entrevistas, Blair reconheceu que sua popularidade está em baixa. Como resultado, ele fez mais campanha ao lado do ministro das Finanças, Gordon Brown, visto como seu herdeiro na liderança do partido.

Com uma ampla maioria no Parlamento, Blair conseguiu quase dobrar os gastos com a educação e o Serviço Nacional de Saúde, contratar mais policiais e forjar um acordo de paz para a Irlanda do Norte. Com o ministro Brown, ele conduz uma economia que funciona satisfatoriamente.

E, embora a guerra no Iraque fosse impopular, Blair já guiou a Grã-Bretanha através do que parece ter sido a pior parte, com duas mortes britânicas naquele país nos últimos dois meses. Contudo, a crítica segundo a qual Blair é falso e loquaz demais pegou.

Uma sensação de traição quase palpável trouxe com freqüência não só revolta, mas também prejuízos durante os vários encontros da campanha de Blair com o eleitorado nas assembléias locais, que foram apelidados de "sessões de masoquismo".