Título: Alta foi um erro, diz Werlang
Autor: Marcelo Rehder, Vera Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/04/2005, Economia, p. B3

Aumentar mais uma vez a taxa de juros foi uma atitude desnecessária e uma surpresa desagradável, na opinião de muitos analistas. Para Sergio Werlang, diretor executivo do Banco Itaú e idealizador do regime de metas de inflação no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) errou ao elevar a taxa Selic mais uma vez. Na opinião de Werlang, ex-diretor do Banco Central (BC), essa elevação era desnecessária, porque a política monetária já estava afetando o nível de atividade do País. A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone: A decisão do Copom de elevar a Selic mais uma vez foi um balde de água fria?

Eu acho que essa é uma decisão errada. Esse aumento de 0,25 ponto porcentual não era necessário, porque o País já está vivendo queda de atividade. A política monetária já estava fazendo efeito. A produção industrial registrou queda em cinco dos últimos seis meses; as vendas no varejo estão caindo e o nível de utilização da capacidade também.

Qual vai ser o efeito da alta de juros sobre as expectativas dos empresários?

Uma elevação de 0,25 ponto porcentual não chega a ser um pecado mortal, porque sinaliza que o BC deve estar gradualmente parando de aumentar os juros. Como a alta foi menor do que as anteriores, deve ser um sinal de que vão parar de aumentar, o que é bom. Mas só saberemos isso quando for divulgada a ata do Copom, na semana que vem.

O País vai conseguir cumprir a meta de inflação deste ano?

Acho que não vai ser possível ficar dentro do centro da meta, de 5,1%. Mas eu acredito que a inflação vai ficar dentro da margem de tolerância de 2,5 pontos. Pelas estimativas, a inflação deve ficar em 6,3% neste ano. Alta foi um erro, diz Werlang Para ex-diretor do BC, atividade econômica já está em queda Patrícia Campos Mello Aumentar mais uma vez a taxa de juros foi uma atitude desnecessária e uma surpresa desagradável, na opinião de muitos analistas. Para Sergio Werlang, diretor executivo do Banco Itaú e idealizador do regime de metas de inflação no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) errou ao elevar a taxa Selic mais uma vez. Na opinião de Werlang, ex-diretor do Banco Central (BC), essa elevação era desnecessária, porque a política monetária já estava afetando o nível de atividade do País. A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone:

A decisão do Copom de elevar a Selic mais uma vez foi um balde de água fria?

Eu acho que essa é uma decisão errada. Esse aumento de 0,25 ponto porcentual não era necessário, porque o País já está vivendo queda de atividade. A política monetária já estava fazendo efeito. A produção industrial registrou queda em cinco dos últimos seis meses; as vendas no varejo estão caindo e o nível de utilização da capacidade também.

Qual vai ser o efeito da alta de juros sobre as expectativas dos empresários?

Uma elevação de 0,25 ponto porcentual não chega a ser um pecado mortal, porque sinaliza que o BC deve estar gradualmente parando de aumentar os juros. Como a alta foi menor do que as anteriores, deve ser um sinal de que vão parar de aumentar, o que é bom. Mas só saberemos isso quando for divulgada a ata do Copom, na semana que vem.

O País vai conseguir cumprir a meta de inflação deste ano?

Acho que não vai ser possível ficar dentro do centro da meta, de 5,1%. Mas eu acredito que a inflação vai ficar dentro da margem de tolerância de 2,5 pontos. Pelas estimativas, a inflação deve ficar em 6,3% neste ano.