Título: Sindicalista vê presidente da Câmara como aliado
Autor: Ângela Lacerda
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/04/2005, Nacional, p. A4

RECIFE - O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Goiás e Tocantins, Jaime Bueno de Aguiar, atacou a proposta de reforma sindical do governo. "Com essa reforma o Brasil prepara terreno para receber o capital internacional com mão-de-obra espoliada, ao mesmo tempo em que cria uma estrutura de poder em favorecimento do governo", acusou, no almoço de homenagem ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. Para Aguiar, a reforma acaba com o poder político das bases sindicais, que ficam fragilizadas, diante do poder que as centrais passariam a ter para negociar sem ouvir os sindicatos.

O enfraquecimento também se daria, segundo ele, no aspecto econômico. Hoje, os sindicatos recebem contribuições de 3,3% ao ano (as centrais estão fora da estrutura). "Com a nova proposta, a contribuição passaria para 12,3% e 10% serão destinados às centrais", contou ele. "A CUT, sendo a maior, ficaria com a maior fatia", reclamou. A Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte entregou a Severino um documento contra a reforma.