Título: Roma espera 500 mil para 1.ª missa
Autor: AFP e EFE
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/04/2005, Vida&, p. A16

CIDADE DO VATICANO - Roma se prepara para receber pelo menos meio milhão de peregrinos e delegações oficiais do mundo inteiro para a missa de amanhã, às 10 horas (5 horas em Brasília), na Praça de São Pedro, que marcará o início do pontificado de Bento XVI. Como no funeral de João Paulo II, as autoridades montaram um esquema especial de segurança e de transporte para que a cidade não se transforme no caos. De acordo com os cálculos das autoridades locais, 500 mil peregrinos - dos quais 100 mil da Alemanha, a terra do papa - chegarão à cidade para assistir à primeira missa de Joseph Ratzinger, de 78 anos, eleito na terça-feira.

Entre as delegações estrangeiras está a da Alemanha, encabeçada pelo chanceler Gerhard Schroeder e pelo presidente Horst Koehler. Ela inclui ainda o irmão mais velho do papa, Georg Ratzinger.

Também viajarão a Roma os reis Juan Carlos e Sofía (Espanha) e presidentes como Álvaro Uribe (Colômbia), Néstor Kirchner (Argentina) e Nicanor Duarte (Paraguai). Alguns chefes de Estado enviarão representantes. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, será representado por seu irmão Jeb Bush, governador da Flórida. Quem representará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.

Apesar disso, em comparação com o funeral de João Paulo II, no último dia 8, a presença de delegações oficiais será menor. O número de fiéis também - no funeral, 1 milhão de peregrinos tomaram Roma e o Vaticano. As delegações estrangeiras deverão ser recebidas pelo novo papa após a cerimônia.

A missa marcará oficialmente o início do pontificado de Bento XVI. Na cerimônia, ele receberá dois símbolos de seu poder: o pálio (a longa estola usada sobre os ombros nas celebrações) e o anel de pescador (que representa São Pedro jogando as redes).

Os responsáveis pela segurança não descartam que Bento surpreenda os fiéis passeando pela multidão após a missa.

As autoridades romanas organizaram um esquema de segurança idêntico ao adotado no funeral de João Paulo II nos aeroportos e nas estações de ônibus e trem.

O espaço aéreo da capital permanecerá fechado durante toda a manhã. O aeroporto civil e militar de Ciampino não receberá vôos regulares nem hoje nem amanhã por causa dos aviões oficiais. Aviões de vigilância Awacs, caças e helicópteros patrulharão o céu.

No total, 7 mil agentes de segurança serão mobilizados e 2 mil voluntários ajudarão a conduzir os peregrinos até a Praça de São Pedro, distribuirão água e servirão de intérpretes. Oito postos médicos, 60 ambulâncias, uma centena de médicos, 300 enfermeiras e 500 voluntários cuidarão das urgências.

Como ocorreu no funeral de João Paulo II, os fiéis poderão acompanhar a missa em telões instalados em diversos pontos da cidade. Também deverão aproveitar para visitar a cripta da Basílica de São Pedro, onde João Paulo II está enterrado.