Título: Produtos de ponta podem custar mais de R$ 100 mil
Autor: Vera Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/04/2005, Economia, p. B9

No topo do luxo e sofisticação, os produtos da dinamarquesa Bang & Olufsen estão na lista dos mais cobiçados objetos de desejo de quem é apaixonado por tecnologia e design arrojado e, acima de tudo, conta com uma folgada conta bancária. Com três lojas em São Paulo e uma no Rio, a marca possui produtos como o BeoLab5, uma caixa acústica digital que ejeta um pequeno microfone móvel para analisar as ondas sonoras emitidas e adaptar os graves em função do ambiente. O par de caixas com linhas futuristas custa nada menos do que R$ 65 mil.

A nova Daslu, conhecida como templo do consumo da classe A, que abre suas portas em novo espaço no mês que vem, é o próximo ponto-de-venda de produtos da Bang & Olufsen, como o Beo Center 2, um conjunto que reúne num só equipamento CD, DVD, rádio e leitor de CDs e MP3 e custa em torno de R$ 16 mil.

No novo endereço, ela terá a companhia de outra loja de eletroeletrônicos que investe no consumidor de maior poder aquisitivo, a BestMix, que promete vender produtos diferenciados. "Vamos ter por exemplo um televisor de plasma da LG de 71 polegadas", diz o gerente de produto da rede, Adriano Di Bella. Tevês de 42 polegadas, as mais vendidos na categoria plasma, que estão na faixa dos R$ 15 mil, não devem estar na loja. "Fomos desaconselhados a trazer estes produtos porque muitos destes consumidores já têm um plasma de 42 polegadas e agora querem justamente o diferenciado." O preço ainda não foi fechado, mas a estimativa é de que o produto de 71 polegadas seja lançado com custo acima de R$ 100 mil.

Na concorrente Fast Shop, com 22 lojas, também voltada para o público A e B, aparelhos como câmeras digitais que gravam em DVD e televisores de projeção com tecnologia DLP, onde é possível ligar um computador, ver um álbum de fotos digitais e monitorar um programa de TV, são chamarizes de público.

O diretor de eletroeletrônicos do hipermercado Extra, Marcelo Bazzali, está convencido da importância de ter produtos de alta tecnologia em lojas da rede localizadas em bairros de maior poder aquisitivo. "O consumidor passa cada vez mais tempo de seu lazer em casa e tudo o que é voltado para entretenimento e tecnologia desperta interesse e vende." Na última loja da rede, inaugurada na Mooca, ele fez questão de dar destaque para tevês de cristal líquido e plasma, sem desprezar o convencional televisor de tubo. "Preciso demonstrar evolução tecnológica, sem abrir mão do básico."