Título: Dólar, Ibovespa e juros recuam
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/04/2005, Economia, p. B15

O dólar retomou a trajetória de queda, recuando 0,79%, para R$ 2,516, a menor cotação desde 29 de maio de 2002 (R$ 2,514), enquanto o paralelo subiu 0,50%, vendido a R$ 2,817. O Ibovespa teve outro dia indefinido e caiu 0,25%. Os juros futuros projetaram queda, com o mercado aguardando uma ata positiva da mais recente reunião do Copom, o risco país avançou 0,45%, para 446 pontos, e o C-Bond ganhou 0,06%, vendido pelo valor de face. A movimentação antecipada das tesourarias de bancos visando ao enfraquecimento da taxa média ponderada do comercial (ptax), amanhã, influenciou diretamente a queda da moeda americana. Tanto que houve fluxo de entrada negativo e, mesmo assim, as cotações recuaram. Como as tesourarias e os investidores estão predominantemente posicionados na venda no mercado futuro de câmbio, e reafirmaram essas apostas ontem, a expectativa é de novas quedas do dólar, se o humor externo não piorar. Para alguns operadores, o comercial poderá se aproximar logo dos R$ 2,50. Mesmo assim, há dúvidas quanto à volta do Banco Central ao mercado. No mercado futuro, os dez vencimentos de dólar negociados projetaram queda. Para 1.º de maio, a sinalização é de um recuo de 0,92%.

A Bolsa paulista registrou um movimento inverso ao da véspera. Se na terça-feira a Bovespa fechou em alta enquanto as Bolsas caíam em Wall Street, ontem ela recuou e o mercado em Nova York subiu (Dow Jones 0,47% e Nasdaq 0,16%). "A Bolsa continua indefinida, com fraca liquidez, esperando definições lá fora e aqui dentro", comentou um operador.

O movimento financeiro ficou em R$ 1,224 bilhão. O pregão ficou o tempo todo no negativo, apesar de a queda do petróleo futuro ter ajudado as Bolsas americanas.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores altas foram de Cemig ON (3,83%), Cesp PN (3,65%) e Eletrobrás ON (3,16%). As maiores quedas foram de Petrobrás ON (3,51%), Klabin PN (3,45%) e Bradespar PN (3,09%).

O mercado de juros operou motivado pela expectativa de que ata do Copom, que será divulgada hoje, tenha um tom tranqüilizador. Essa aposta provocou uma queda significativa nas taxas, especialmente dos contratos com vencimentos mais longos. "O mercado resolveu se antecipar à ata, apostando que ela será benigna", observou um operador.